segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Primeiras impressões de Copenhague

Ao contrário de outros lugares que sempre sonhei conhecer (como Praga ou Roma, por exemplo), nunca tinha pensado seriamente em Copenhague e por isso a cidade não estava na minha lista de prioridades. Mas assim que soube que teria um final de semana estendido e que coincidia com o período em que Sylvain poderia tirar uns dias de férias (ele só pode tirar férias durante as férias escolares), começou a correria pela busca de um destino e de passagens pela internet. Acho que testamos umas 50 opções e acabamos nos deparando com Copenhague, pois era um dos melhores preços na data, levando em contaos horários dos vôos (ou seja, queríamos partir pela manhã, mas não extremamente cedo para não ter que dormir no aeroporto, e voltar no último dia a noite, para aproveitar ao máximo todos os dias).

Nyhavn, um dos cartões postais de Copenhague com seus prédios coloridos, o canal mais charmoso da cidade, e superanimado durante o dia ou à noite, com seus bares e restaurantes.

Com o destino escolhido, o jeito foi pesquisas às pressas o que tem para fazer e ver na cidade! E não é pouca coisa! Em três dias tivemos que selecionar bem os nossos interesses.

E as primeiras impressões:

Achamos a cidade muito silenciosa e calma. Muitas bicicletas nas ruas, e os carros parecem ser bem silenciosos, praticamente não fazem barulho! Nada de trânsito estressante. E isso em plena sexta-feira, quando chegamos!
Uma atmosfera  de nostalgia, de conto de fadas, castelos cobertos pela bruma... 


Vimos os dinamarqueses muito sorridentes e simpáticos, prontos para dar uma informação ou explicar alguma coisa. Sem querer em dois momentos estavamos no estabelecimento comercial quando percebemos que o mesmo tinha fechado às portas... pedimos desculpas e nos apressamos, mas em nenhum momento nos colocaram porta a fora ou nos colocaram a pressão para partir.

Muitos jovens, e muito bebê!!! Em todos os cantos pais passeando com bebês em seus respectivos carrinhos! Se alguém acha que não existem bebês na Europa, então é porque nunca estiveram na França nem na Dinamarca!!! hahahah
Muitas bicicletas com esse compartimento (foto à direita) para transportar as crianças! 
Vimos algumas delas transportando até mesmo 4 crianças!!!

Muito cachorro também, mas europeu adora animais de companhia, isso eu já sabia!


Eu diria que a principal personalidade da cidade é Hans Christian Andersen, afinal ele (ou melhor, seus contos) são conhecidos no mundo inteiro. Em todos os cantos de Copenhague vemos uma referência a ele, sem falar da Pequena Sereia, que seria para os dinamarqueses a imagem do país... Pequenininha e despretenciosa, ainda assim foi um dos pontos altos da viagem.

Emocionada com a beleza do lugar, com a igreja Saint-Alban ao fundo, do final do século XIX.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Quem conhece Patrícia Melo ?

Estava devendo para vocês a escritora brasileira cujos livros encontrei aqui em Paris. Confesso que nunca antes no Brasil tinha ouvido falar dela, mas é verdade que durante meus estudos universitários e pós que duraram de 1998 a 2008 fiquei meio afastada do universo da literatura (lia mesmo eram os best-sellers que todo mundo lia, não tinha tempo para procurar nada de diferente).
E então me deparo com toda uma coleção dessa escritora brasileira em uma biblioteca de Paris. Escolhi o livro "Valsa Negra" (traduzido para o francês como "Le diabo danse avec moi").
Como nunca a li em português, não posso falar do original, mas adorei a tradução, com frases profundas. A história fala de um maestro que vive um ciúme doentio em relação à sua nova esposa e vai revelando as suas obsessões e paranóias, nos levando para dentro da loucura do personagem. Não preciso dizer que esse tipo de leitura psicológica me envolve!!! O livro é contado a partir do ponto de vista do personagem, então a gente "vive" com ele a construção de seus delírios. 
Unico "porém", na reta final do livro esse tipo de discurso começou a me cansar (talvez para quem não tenha um conhecimento em psicologia ou interesse canse bem mais cedo!), pois eu via que as coisas só iam piorando e que não chegaria a lugar nenhum...


O outro livro que li logo após esse foi de uma das escritoras que está na moda aqui na França, Amélie Nothomb. escolhi o mais fininho da prateleira pois com tantos documentos que peguei emprestado, queria estar certa de entregar tudo em 4 semanas. Sabe que o livro me decepcionou um pouco? Li "Cosmétique de l'ennemi" e achei um estilo de escritura bem simples (esperava mais), e história fraquinha. Trata-se de um personagem que fica bloqueado no aeroporto devido a um atraso de avião. lá, ele é abordado por um estranho personagem... Toda a história se passa nesse saguão de aeroporto e refletida no diálogo entre os dois personagens...

Logo volto com mais leituras, mas no momento estou lendo apenas uma história em quadrinhos francesa (quem advinha?) que queria ler há tempos, e guias de viagem para meu final de semana que começa amanhã de manhã!!!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Atelier de Paul Cézanne, em Aix-en-Provence

Recentemente visitei a cidade de Aix-en-Provence, não muito longe de Avignon, nesta maravilhosa região da Provence francesa.

Foi nesta cidade que nasceu o pintor Paul Cézanne em 1839. Existe todo um percurso para descobrir os locais por onde passou o artista, que incluem a casa em que nasceu, a chapellerie de seu pai, o Café des deux Garçons (onde ele poderia passar horas dialogando com seus amigos)... São dezenas de locais por onde passar ou visitar, seguindo os passos desse personagem que deve ser um dos mais ilustres da cidade.

Mas é no atelier de Paul Cézanne de Aix, onde ele trabalhou de 1902 a 1906 que podemos sentir a "alma do artista". Inclusive está escrito no local algo mais ou menos assim "aqui não é um museu, não espere encontrar nada além de Cézanne ele mesmo". Achei bem forte, e é nesse ambiente que viajamos um século no tempo e podemos contemplar objetos que estavam lá na época, e mesmo os casacos e o "guarda-pó" do pintor, tal como estava na ocasião de sua morte.

Por essas janelas ele contemplava a paisagem e pintou alguns de suas mais belas imagens da Montanha Sainta Vitória, que são uma das marcas registradas do artista, assim como as Nymphéas eram para Monet. Ele realizou 44 telas e 43 aquarelas com esse tema!

Atualmente a vista é completamente tomada pela vegetação, e mesmo que não existisse toda a vegetação, a paisagem não é mais a mesma, quase rural da época:


Ele saia de casa, no centro de Aix, todos os dias cedo pela manhã em direção ao seu atelier. Foi ali, nesse ambiente de "silêncio e luminosidade" que ele pintou importantes obras que estão hoje espalhadas pelos maiores museus do mundo.
Após a sua morte, o local esteve fechado durante 15 anos, até ser adquirido por um mecenas da região chamado Marcel Provence. Mais tarde, com a ajuda de doadores americanos, o local foi comprado e doado à Universidade, para em 1969 ser cedido à cidade. 

Escolhemos visitar o atelier no domingo pela manhã, desde a sua abertura às 10h, e desta forma estivemos um bom momento praticamente sozinhos com Cézanne... Um pouco mais tarde já chegou um grupo enorme de turistas japoneses, o que fez perder um pouco a magia... Então aconselho chegar cedo, antes dos grupos de turistas!

Curiosidades: Cézanne foi muito amigo do escritor Emile Zola (nascido em Paris, mas veio morar em Aix aos 3 anos) e estudaram juntos. Mas Zola tem cada vez mais dificuldades em apreciar a obra do amigo! A gota d'água foi em 1886: o romimento foi inevitável devido à uma publicação de Zola na qual Cézanne se reconhece como personagem. Trata-se do romance "L'Oeuvre", que fala que um artista "fracassado", cujo melhor amigo é um escritor! Eles nunca mais se falaram.

sábado, 22 de outubro de 2011

Teatro e Tietagem

Não sei exatamente quantos teatros existem em Paris, com tantas salas de todos os tamanhos possíveis e espalhados em todos os cantos da cidade, mas são mais de 100, representando mais de 300 espetáculos por semana... Ou seja, deve ter uma peça que interesse a cada um de vocês!
Mas para quem gosta de teatro como eu e Sylvain, fica difícil escolher e acabamos indo pelas oportunidades mesmo que se apresentam.
Desta vez eu o convidei para assistir uma peça, ele nem sabia do que se tratava, mas era com uma atriz francesa da qual ele já tinha me falado, Corinne Touzet, que durante muitos anos fez uma série de tv no papel de policial.
A peça se chama Soif, e fala de dois grandes amigos (um homem e uma mulher) que se encontram após 5 anos sem se ver. A peça fala da amizade entre homem e mulher, as profundezas e os limites da mesma. Momentos de muito humor e alguns de muita reflexão. Soif em francês quer dizer "sede", e a peça fala exatamente disso: a sede de amor, de viver, tudo passando pelo vinho, pois os dialógos se passam em torno do vinho!
Após a peça a atriz recebeu os espectadores para uma sessão de autógrafo aberta a perguntas. Muito querida e simpática, pena que exatamente na nossa frente na fila havia um homem muito estranho que a filmava, e assim que ela o viu ela ficou pálida e perdeu o sorriso. Não era a primeira vez que ele fazia isso, aparentemente é uma figura conhecida. Na vez dele o mesmo nem quis autógrafo, apenas falar da atuação dela na peça. Ela ainda brincou comigo que ele aparentemente era um fã muito exigente, pois se dava ao trabalho de assistir diversas representações seguidas e depois vir comentar em detalhes a atuação dela!!! E ele confirmou que fazia isso mesmo! já tinha assistido diversas representações dessa mesma peça para comparar o trabalho dela de uma noite a outra!!! Um homem extremamente desagradável que não me passou nada de bom! Então, depois desse momento a atriz não parecia estar muito à vontade, uma pena. Tem louco pra tudo, não é?

 Ela um pouco cansada após a atuação e logo após ser importunada por um fa "sem noção"
(além de ser no mínimo uns 15 cm mais alta que eu e pesar uns 10 quilos a menos!!!)
Corinne Touzet no papel de Isabelle Florent, na série"Une femme d'honneur" (google imagens).

Após, ainda fomos convidados para uma degustação de vinho em um bar/restaurante em frente ao teatro. Um delicioso Côtes de Blaye tinto (um de meus preferidos), do qual eles falavam no espetáculo.

E já que um dos temas do post é "tietagem", olha eu aqui com o Jack MacCoy (Sam Waterston) do "Law & Order"
Após essa foto aprendi que mesmo se sair de casa para dar uma passadinha rápida na Adidas no domingo para comprar um par de meias para a acadêmia, melhor  me olhar no espelho antes de sair, a gente nunca sabe quem vai encontrar!!!
(a foto da equipe da série é da internet)

Informações práticas da peça:
Soif, com Corinne Touzet e Fred Nony, direção Marion Sarrauf
Théâtre du Petit Saint-Martin
De terças à sabados às 19h, até 26 de novembro.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Château Montvillargenne Hotel Restaurante

Precisando de um momento de repouso para recarregar as baterias  ou simplesmente um momento romântico longe da agitação da cidade?

A França conta com inúmeros hotéis e moradias que eles chamam "de charme" para passar um final de semana ou permanecer por uma estadia mais longa, mas por que não ousar e escolher um hotel-castelo? Tem em todos os cantos do país, para todos os gostos e para todos os bolsos, basta saber procurar e estar disposto a investir dessa forma em si mesmo e/ou no casal!
Há tempos queria falar para vocês do Château Montvillargenne, onde comemoramos nosso primeiro aniversário de casamento.

 Imagens do hotel visto de frente


Imagens do hotel visto pelos fundos.

Trata-se de um castelo de estilo anglo-normando construído no século passado pela família Rothschild e transformado em 1985 em hotel 4 estrelas e a 35 minutos ao norte de Paris (pertinho do castelo de Chantilly e do Dolce Chantilly, para ser mais exata).
O local é lindo, o serviço excelente, possui piscina aquecida, jacuzzi, sauna, hammam, sala de esporte, tênis e massagem. O café da manhã foi um dos melhores que já provei na minha vida (só perde par alguns hotéis da serra gaúcha!!!) e o hotel possui um restaurante muito charmoso e agradável. Existem várias salas de recepção que acolhem casamentos (quando estive lá uma das grandes salas estava ocupada desta forma) e outros eventos. Já indiquei para amigos e conhecidos e todos que foram vieram me contar que adoraram!


Site oficial do hotel: http://www.chateaudemontvillargenne.com/fr/chateau-hotel-chantilly-paris/index/index

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Vida de estrangeiro

Hoje, 18 de outubro, era para ser uma data agradável aqui em casa, mas foi o dia que tive que ir renovar a minha carte de séjour, documento que me autoriza a viver e trabalhar na França legalmente e que por enquanto preciso renovar anualmente. E por enquanto nada é pior para mim aqui!!!

Infelizmente moro em um dos piores (se não o pior) departamentos franceses no sentido de ter muita demanda de estrangeiros. Esse departamento é considerado um dos mais "sensíveis" no que diz respeito à pobreza e tudo que vem relacionado à ela. Escolhemos viver na cidade atual que fica a 10 minutos de Paris em transporte público devido à proximidade com a capital e também aos preços baixos. O local onde moro, apesar de fazer parte desse tão mal-falado departamento (o 93) e de realmente contar com uma grande população de imigrantes, é calmo, organizado e limpo. E mais barato, claro (um apartamento aqui custa em média metade do preço do equivalente em tamanho em um bairro barra-pesada em Paris, pois em um bairro BOM de Paris o mesmo apartamento vai custar no mínimo 5 vezes mais caro...)

Mesmo que aqui tenha uma mairie (equivalente a nossa prefeitura no Brasil, mas com alguns dos poderes de cartório), um commissariat (delegacia de polícia) e tudo o mais, não tem uma préfecture, e nesse caso preciso me deslocar até a cidade principal do departamento (Bobigny) para resolver meus problemas administrativos de permanência no território. Se alguém que lê o blog mora em Bobigny, não quero ofender, mas detesto essa cidade e admito que dela só conheço essa préfecture. E para mim basta!

Todo ano a situação se repete no mínimo duas vezes: Sylvain vai para a fila antes das 3 horas da manhã, eu chego antes das 7 para que ele possa ir trabalhar. E nessa fila, realmente é uma questão de sobrevivência.

Primeiro são as pessoas vendendo lugar na fila. Eu fico indignada, estrangeiro passando a perna em estrangeiro. Quando chego e chegam todos ao meu redor oferecer um lugar à venda, perco as estribeiras e digo mesmo o que penso, mesmo que não resolva nada: "Você não tem vergonha de se aproveitar desse jeito de estrangeiros como você? Já não chega tudo o que nos fazem passar aqui e você ainda piora as coisas?"

Já percebi que na hora que alguém vem furar a fila, as mulheres não deixam não! Os homens reclamam mas acabam deixando... Como a maioria nessa fila vem de países como Argélia, Marrocos, Egito, Tunísia, além de vários outros países da Africa chamada "negra", eles mesmo comentam que existe uma "generosidade" da parte deles! Generosidade uma ova, ajudar alguém eu concordo, mas deixar passar na minha frente um malandrinho que pagou para estar ali, para mim isso se chama outra coisa!

Sem contar que tudo é uma baixaria... Começam brigas... Sylvain me contou que houve uma briga com cadeiras e tiveram que tirar umas pessoas machucadas. Perto da abertura da porta mais brigas, pontapés. Sem contar que ali entre os 100 primeiros da fila, cercados por muros de todos os lados e no escuro, todo movimento se torna impossível. Ir no banheiro, nem pensar (se necessário fazer as necessidades ali mesmo). Alguns homens, que são mais altos e mais agéis pulam o muro para sair um pouco desse ambiente, mas eu com meus 1m55, fica difícil pular um muro de +-1m20!!! Para recuperar o lugar de Sylvain, ele saiu, uma senhora me emprestou um banco para que eu pudesse atingir o muro, coloquei minhas pernas para o lado de dentro e algumas pessoas me ajudaram a descer, já que não tinha espaço para pular. Então devido a essa dificuldade em sair, gente sem consideração fuma ali mesmo, para piorar ainda mais a situação.

As 9 horas começam a distribuir as senhas, e aí é só esperar. As senhas são limitadas por dia, é claro. Quem chegou lá pelas 5 horas da manhã vai passar o dia ali, esperando ser atendido talvez às 16h, mas quem chegou depois das 6h não é certo que vai conseguir uma senha.
As fotos encontrei no google imagens, mas hoje eu estava exatamente nesse local.
Nós ali como animais, sem nenhuma consideração. Seres humanos, na maioria pessoas que trabalham e pagam impostos como qualquer francês!

E tudo isso "de graça"? Nada disso! Pela minha primeira carta paguei 300 euros, 75 pela segunda, que aumentou para 110 na terceira... Tudo isso pago em selos oficiais do governo (parece que quem é casado com outro cidadão europeu não-francês, mas vivendo na França, não precisa pagar e ainda tem a carta de residente de 10 anos direto!).

Toda essa fila para no guichet receber um papel datado e carimbado com a lista de documentos que preciso fornecer, assinar um outro papel e tudo isso deve ser enviado pelo correio em carta registrada!!!

Após o envio resta aguardar uma convocação com a data a retirar o novo documento e o valor a pagar. E nesse dia também é necessário chegar igualmente cedo e enfrentar os mesmos problemas... Se por acaso (e comigo sempre acontece esse acaso) a nova carta não está pronta no dia em que a antiga expira, é necessário enfrentar essa fila para solicitar um documento temporário de 3 meses... E ir renovando a cada 3 meses a experiência!

Para pedidos de renovação é necessário ir na fila 1 (também para quem está fazendo uma demanda pela primeira vez), acima, à esquerda. A fila 2, abaixo, à direita é quando recebemos uma convocação ou no caso de ter que pedir um documento provisório. Inda existem filas para casos especiais como "asilo" ou outro tipo de situação.

Simples não?

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Dracula, l'amour plus fort que la mort

Como escrevi no último post, sexta-feira assisti ao novo espetáculo musical de Kamel Ouali, "Drácula"!!! Posso resumir que superou as minhas espectativas e que passei realmente um excelente momento! Saí encantada com tamanha beleza!
Kamel Ouali é um reputado coreógrafo francês que já criou diversos outros espetáculos, todos de muito sucesso.  Desta vez ele se interessou pelo mito do drácula, inspirando-se livremente do best-seller de Bram Stocker.
Quando comprei os ingressos as músicas ainda não tinham sido lançadas e eu tinha comentado com vocês que não tinha gostado muito ao ouvir as primeiras... Mas admito que algumas (principalmente as "lentas") são lindas, e as outras que são "muito rock" para o meu gosto, ficaram muito bem com as cenas e a coreografia.
O espetáculo começa com um recito ilustrado de sombras chinesas (não lembro como se diz em português, mas em francês é "ombre chinoise"). Depois seguem cenas misturando de forma harmônica dança contemponânea com clássica, tudo recheado de cenários impressionantes e muito bem elaborados.
Desta vez Kamel Ouali decidiu confiar os papéis principais a dançarinos profissionais... Desta forma, Drácula --- interpretado pelo talentoso dançarino holandês Golan Youssef ---, ele mesmo não fala nem canta durante todo o espetáculo, mas a sua presença no palco é impressionante pela força da sua interpretação corporal... Um artista carismático que nos envolve com o seu olhar e dá uma alma "humana" ao seu personagem... As cenas de dança com Mina (a dançarina e ex-membro da equipe francesa de ginástica rítmica Nathalie Fauquette) são realmente lindas...

 (imagens do site oficial)
Também adorei as coreografias aéreas, a mistura de magia e fantasia, o figurino (muito inspirado em Jean Paul Gaultier e John Galliano) ora barroco, ora moderno. Uma surpresa foi a introdução de imagens em 3D em uma parte do espetáculo, eu que não gosto dessas coisas cheguei a ficar arrepiada!
Um destaque especial para Brahen, um jovem dançarino de uma só perna que nos deixa boquiabertos com a sua performance e para a voz linda da cantora Ginie Line, que interpreta Satine.



Quem vem ou está por vir para esses lados, mais de 200 representações estão previstas em Paris e em tournée por toda a França. Quem gosta de dança, magia e universo fantástico não pode perder!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O tempo não para...

Geralmente os dias passam e tenho a impressão de que não fiz nada do que estava na minha lista... Sabe aqueles dias em que chega a hora de dormir e a gente se pergunta o que fizemos do nosso tempo? Também acontece com vocês? Comigo sim, mas hoje foi um dia diferente... Pois é, as vezes acontece de perceber que consegui me organizar e aproveitar ao máximo o meu tempo!

Hoje estou de folga, mas mesmo assim tinha uma reunião cedo no trabalho. Saí correndo para passar na FNAC comprar ingressos para o show do Red Hot Chili Peppers (em 2012). Sylvain queria ir no show deles que acontecerá em breve, mas chegamos algumas horas atrasados e tudo tinha sido vendido! Então desta vez as vendas abriam hoje às 10h e eu queria chegar o mais cedo possível. Sempre compro ingressos pela internet, mas como não tenho internet no celular nem tinha acesso disponível após a reunião, decidi passar na FNAC que fica praticamente ao lado de onde estava (e se passasse em casa iria perder tempo!)

Depois corri para a academia, só consegui fazer 45 minutos de atividades, mas já é melhor do que nada, e encontrei meu chéri para almoçar em um restaurante tailandês que adoro para almoçar. Um ambiente bem simpático e bonito (de forma simples) e pratos realizados com esmero, produtos de qualidade. Nada a ver com muitos restaurantes asiáticos que existem por aqui que são meio sujos e com comida requentada de 3 dias.

O restaurante se chama Mme Shawn. Existem vários endereços em Paris, mas eu vou sempre no 10º arrondissement, 34, rue Yves Toudic.

Depois corri para ser maquiada! Isso mesmo! Uma conhecida está fazendo um curso para ser maquiadora profissional e ela precisava de cobaia modelo. Por que não? tudo para o bem da profissão! Ela está apenas começando, está na sua segunda semana (o curso dura 9 meses), mas o que vocês acham do resultado?

Ainda tive tempo de dar uma passadinha em casa colocar o blog em dia, arrumar minha mochila para o final de semana que passaremos fora e saio daqui a pouco para assistir o espetáculo musical "Dracula, L'amour plus fort que la mort", no Palais des Sports. Compramos há meses os ingressos, assim que ouvi falar, e na época não tinha visto os trechos nem as músicas. Queria ir pois o Kamel Ouali que coloca em cena o espetáculo é considerado um AS no seu domínio. Depois ouvi as músicas e não gostei muito, mas acho que a coreografia será maravilhosa, assim como a decoração... Depois conto para vocês!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Livros: lendo e compartilhando!

Estou aqui com uma listinha de livros para compartilhar com vocês:

Millenium 2 e 3
Como tinha prometido e estava morrendo de vontade, terminei a leitura dos livros 2 e 3 da seqüência Millenium. O segundo demora a engranar, são vários personagems que vão aparecendo na história que eu não sabia onde isso iria levar, mas aos poucos as coisas são se encaixando e eu lia até tarde da noite, mesmo no banheiro, pois não queria perder nada! Gostei muito dos 3 livros e recomendo, mas como eu já tinha comentado aqui quando falei do primeiro, não considero uma "explosão litertária".
Mas também gostei porque eu literalmente "viajo" com os livros, vários lugares "conheci" através deles, e mais tarde quando efetivamente tive oportunidade de viajar, sentia como se realmente já conhecesse. E os livros de S Larsson me abriram os olhos para uma Suécia que sempre tive vontade de conhecer, mas que até então nada sabia além de Estocolmo. Agora outros nomes como Uppsala ou Göteborg, por exemplo, não são mais estranhos para mim...
Tinha surgido a dúvida no último post sobre livros sobre os filmes baseados nesse livros. A versão americana vai ser lançada em breve, treços já estão sendo divulgados. A assinatura é do David Fincher, e Daniel Craig estará no papel principal.
Mas antes já tinham sido lançados 3 filmes suecos de realizados diferentes pelo que entendi (Niels Arden Oplev para o primeiro e outros nomes para os outros) com Michael Nyqvist e Noomi Rapace nos papéis principais. Assisti os 3 e gostei muito, mesmo que não corresponda exatamente aos livros. Entretanto, fiquei muito decepcionada com o terceiro, pois ele dura 1h30 (nem isso) e não conclui a história! Fiquei sem saber porque eles fizeram isso, se vão lançar ou mesmo se já saiu um quarto filme. Mas é muito frustrante pois o filme termina na metade da história!

Também li uns livros francesinhos:
L'Ile des Gauchers:
Um casal inglês que larga a Inglaterra vitoriana para se instalar em uma ilha do Pacifico que não aparece nos mapas, mas onde se aprende a amar. Lá, o mundo funciona completamente diferente do mundo exterior. Para começar, todo mundo é canhoto ou aprende a funcionar com a mão esquerda, em uma época em que era praticamente pecado não ser "direito"! Mas se a idéia é muito interessante, não gostei do livro e da forma como se vive livremente o amor nessa ilha! Meu lado "direita" não está tão aberto para isso!!!

Coup-de-Fouet:
Uma história que começa pouco antes da primeira guerra mundial, descrevendo um mundo de grandes domínios, de condes e de famílias que amam a caça, passando pela primeira guerra e o que sobrou de tudo isso logo após... Não gostei, primeiro porque tive muita dificuldade em compreender (em francês!) os termos utilizados nesse ambiente de caça, mas também porque os capítulos faziam realmente um corto em relação ao que tinha sido lindo antes, e eu perdia completamente o chão... Mas descobri um outro "mundo" que sempre ignorei.

Les tisserands de la Licorne
Um romancesinho bem básico, mas gostei muito do pano de fundo como a Batalha de Sedan de 1870, na qual a França foi derrotada pela Prússia, melhor organizada e 2 vezes mais numerosa (informações de livros de história). No dia seguinte à batalha, o imperador Napoleão III foi capturado e 3 dias depois a terceita república foi programada. O livro também fala dos pequenos artesãos de tecelagem, um trabalho cansativo, minucioso e demorado, e como aos poucos, com a revolução industrial, vão sendo substituídos por máquinas. Todo um savoir-faire que foi desaparecendo...

E você, o que anda lendo? compartilhe conosco!

P.S.: Estou terminando um livro de uma escritora brasileira, traduzido para o francês, que encontrei em uma biblioteca. Encontrei diversos livros dela!  Quem advinha quem é a autora, ou mesmo o livro?

sábado, 8 de outubro de 2011

La Haye du Puits: week-end en famille...

          Não a minha familia, mas na ausência dela, vou me contentado com a dos outros: no caso, a do meu marido!
          Eh verdade que não viemos muito seguido visitar a sua mãe e irmãos que habitam na cidade ou proximo de onde ele cresceu, mas tentamos vir ao menos duas vezes por ano. Eu acho que é pouco, até porque a distância não é grande (2h30 de trem), mas é verdade que com a correria da nossa vida e outras prioridades acaba faltando tempo para fazermos tudo o que queremos... E é verdade que visitar essas localidades perdidas da Normandia, pode ser novidade da primeira vez, mas depois tudo é rotineiro... Mesmo quem mora por aqui reclama da falta do que fazer, do excesso de tranquilidade e mesmo da falta de emprego... Para mim ainda é agradavel, um excelente momento para recarregar as baterias nesse ambiente calmo, com a nossa vida estressante da "cidade grande".

La Haye du Puits

          Menos de 2 mil habitantes, varias fazendas ao redor e o mar ha poucos quilômetros. Vemos por todos os lados as vacas normandas que eu acho tão lindas, plantações de alho-poro e milho.
          Do antigo château feudal, resta o Donjon, inscrito como patrimônio historico e construido no século XI. Eh considerado o mais antigo da região. Ocupado pelos ingleses durante a guerra dos 100 anos, na II Guerra Mundial foi ocupado pelos alemães (de 1940 a 1944).

As fotos são das outras vezes em que viemos, desta vez o tempo estah muito cinza, estou sem vontade de fotografar ou de ser fotografada. Mas garanto que a paisagem por aqui não mudou nada...

         Uma outra parte do castelo atualmente fica do outro lado da rua e foi reacomodado em apartamentos.
A Igreja Saint Jean foi construida em estilo neo-gotico entre 1851 e 1862 bem no centro da cidade, no local onde antes havia uma antiga igreja em estilo romano. Ela foi consideravelmente destruida durante os bombardeamentos aliados de 1944, guardando traços bem visiveis dessa época, pois uma das torres nunca foi reconstruida.


Mas o que mais gosto por aqui são das caminhadas a pé na natureza, passando por casinhas em pedra e antigas construções.

Uma outra França que quem vem somente em Paris não conhece e muitas vezes nem imagina...
Outra forma de conhecer um pouco desse pais e dessa gente que não tenho dificuldade nenhuma em amar...

Quer saber um pouco mais dessa Normandia e da França rural ?