sábado, 30 de junho de 2012

Museu Freud em Viena

Se o motivo principal e manifesto da nossa viagem a Viena era ver de perto as obras de Klimt e aproveitar os eventos dos 150 anos do seu nascimento, o principal motivo oculto era visitar essa cidade na qual Freud foi morar com a sua família aos 3 anos de idade e onde permaneceu até o ano anterior a sua morte.
Então posso dizer que tendo lido algumas das biografias desse personagem ícone da psinalálise (principalmente as escritas por Ernest Jones e Irving Stone) eu sentia como se já tivesse caminhado pelas ruas de Viena muitas vezes da minha vida! Mas nem por isso a emoção foi menor!

 A casa em que Freud viveu 47 anos da sua vida e onde se localizada seu consultório foi emocionante para mim que conheço bem a obra dele. Imagino que para os leigos talvez não seja assim tão interessante. 
Apenas poucas peças da casa contém objetos e móveis de origem, já que todo o resto foi transportado quando ele se mudou para Londres em 1938 para escapar do nazismo que tinha chegado com tudo em Viena, no dia seguinte à prisão de sua filha Anna Freud durante um dia para interrogatórios. Ele sentiu então que o nazismo poderia causar muitos estragos para os seus próximos e aceitou de partir, deixando para trás a cidade que ele tanto amou e odiou ao mesmo tempo.
A sua sacola de viagem com as suas iniciais estão lá, a mesma que tantas viagens o acompanhou pela Europa, já que ele adorava conhecer novos lugares e revisitar os mesmos.
Freud adquiriu ao longo dos anos uma bela coleção de antiguidades, nada menos do que 2 mil peças, de origem principalmente egípcia, grega e romana. Com a ajuda de seus amigos ele consegiu inventariar tudo e levar para LOndres, onde se encontra atualmente grande parte da sua coleção. Apenas umas 60 peças estão em Viena, diação de sua filha para a abertura do museu.


Uma idéia de como era o seu consultório na época, com todas essas peças expostas em todos os cantos!!!
A sua famosa sala de espera, onde ele recebeu milhares e milhares de pacientes, alguns deles que por sua vez se tornaram famosos devido aos seus escritos.
Se muita coisa mudou de lá para cá, a escadaria que leva ao apartamento é a mesma. Uma viagem no tempo e na história (não apenas da psicanálise!)

Ainda quero visitar a casa dele aos arredores de Londres da próxima vez em que atravessar o canal da Mancha!

Sigmund-Freud-Museum
Berggasse 19 (em Viena)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Blogs protegidos

Sei que muita gente anda sofrendo assédio moral na internet e por essa e outras razões acaba protegendo o blog...
Mas vai aqui o meu desabafo: acho muito chato quando vou visitar um blog que gostava muito, no qual sempre comentei e nunca fui desagradável, e encontro o mesmo bloqueado... Detalhe: ninguém lembrou de me convidar para entrar!!!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Île de Saint-Louis em Paris

Quem já veio a Paris ou leu um pouquinho a respeito sabe que a cidade é cortada pelo Rio Sena. Porém, bem no meio no "mapa de Paris", o Sena se divide em dois cursos d'água, com duas ilhas naturais no meio. A maior delas é a Île de la Cité, onde está situada a Catedral de Notre-Dame e onde antes ficava concentrada a cidade. Hoje é um local administrativo (prefeitura de polícia, palácio da Justiça e hospital) e sobretudo turístico.

Mas "atrás" da Notre-Dame fica localizada uma ilha ainda menorzinha, bem calma e encantadora! Estou falando da Île de Saint-Louis. Trata-se de um dos metro-quadrados mais caros de Paris (uma média de 20 mil euros o metro quadrado) e dizem que Chico Buarque possui um apartamento ali, que ocupa alguns meses por ano.

Um projeto de urbanização do século XVI possibilitou que casas e prédios fossem construídos. Algumas construções datam nos anos 1640, como essa aí de 1645.
A Ilha tinha uma destinação exclusivamente residencial e é conhecida igualmente pela sua alta concentração de "hotels particuliers", destinado a pessoas de fortuna, já que era uma grande moradia destinada a uma única família. Muito ao contrário dos outros prédios da cidade, que acolhiam comércios no térreo e várias famílias nos demais andares.

Grande parte das construções ali são obra do arquiteto Louis le Vau, que morou na Ilha e que desenhou o projeto da igreja (construída em 1644). O maior e mais importante desses "hotéis" é o hôtel Lambert* (atualmente completamente em reformas), considerado um dos mais bonitos de Paris e considerado patrimônio histórico desde 1862.
Igreja Saint-Louis en l'Île
Muitas personalidades famosas moraram ali, como o escritor e poeta Baudelaire, a escultora Camille Claudel (e amante do escultor Auguste Rodin), Marie Curie (a física e química, detentora de 2 prêmios Nobel e conhecida pela descoberta da radiação), o ex-presidente francês Georges Pompidou, dentre outros.
 O acesso pode ser feito por 5 pontes que nos deixam na Ilha, e a rua principal é a Rue Saint-Louis en l'Ile, com seus comércios, galerias e lindos prédios!



Aqui também podemos encontrar os sorvetes Berthillon, considerados os melhores de Paris (5º melhor do mundo) e de fabricação artesanal. Os sorvetes utilizam somente ingredientes naturais, excluem os conservantes químicos, edulcorantes e acidifiantes. Alguns sabores são muito originais, como rosas!

No nº 31 da rua citada acima fica a loja oficial, mas atenção aos dias de fechamento (segunda e terça) e às longas férias de verão (da metade de julho à metade de agosto, dedicadas à fabricação dos sorvetes). Mas para quem quiser provar, na rua existem muitos outros distribuidores, basta prestar atenção nesse nome Berthillon. Diversos restaurantes e bistrots de Paris também servem esse sorvete.

 Ali também podemos encontrar restaurantes agradáveis, e comércios de bairro, de qualidade mas com preço bem salgadinho, como esse açougue muito prestigiado:


 Para quem acha que "presunto não é carne", já viram como é feito? Se uma peça inteira de pernil de porco não é carne então não sei o que é...




Também podemos encontrar "vestígios" das ruas antigas, com os nomes antigos, e o contraste com o moderno:
 Antigamente a rua (foto à direita) se chamava Rue de la Femme Sans Teste, em referência à cabeça da estátua que estava faltando (hoje falta mais que a cabeça!). Isso no francês antigo, pois não se diz mais "teste", mas "tête" no francês moderno (o es foi substituído por ê, como em fête=festa).

No final da ilha encontramos um jardim bem agradável (pena que esse dia estava chuvoso), uma homenagem ao escultor Barye, especialista em animais.

Essas lojas abaixo atraem muitos turistas e locais, apesar de serem redes (encontramos por toda a cidade):

 Umas balas e bombons, tudo bem doce e açucarado! (Sylvain adora)
 Artigos em plástico. Eu acho tudo bem bonitinho, Sylvain acha tudo brega!

Então, que tal um passeio pela Île de Saint-Louis na sua próxima passadinha por Paris?

Ou quem sabe você prefere comprar um apartamento de 44m2 pela bagatela de 1 milhão e 50 mil euros???


* O Hôtel Lambert infelizmente sofreu um grande incêndio em 2013, durante suas reformas.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Pavio curto

Muito trabalho nessas últimas semanas, fui promovida da noite para o dia, minha chefe trocou de setor da noite para o dia e a minha colega ficou doente (não exatamente da noite para o dia, pois eu imaginava que um dia ou outro ela entraria em atestado) e eu tive que tocar o barco praticamente sozinha... Tantas mudanças profissionais assim de uma hora para a outra sem que eu pudesse me organizar! Nem dormir direito eu conseguia nas últimas semanas pensando nos novos desafios, além de estar na reta final antes das tão sonhadas férias que se aproximam, mas que exigem uma enorme dose de planejamento. Sem contar a minha vida pessoal que anda de pernas para o ar. Há tempos queremos encomendar uma nova cozinha, mas quem diz que sobra tempo ou ânimo para a maratona de lojas e orçamentos? Não tenho paciência! Tudo isso tem me feito perder os cabelos e comer demais.

Mas agora tudo parece que está entrando nos eixos! Só a minha paciência que anda cada vez mais curta... Como talvez vocês tenham notado pelo post anterior

Já comentei aqui no blog que adoro internet e que devo ser mesmo viciada... usava muito orkut, agora uso facebook e adoro o meu blog (twitter nunca tive, não quero mais "sarna para me coçar"). Atualizo meu facebook, mas pelo menos eu acho que não fico poluindo o facebook dos meus amigos. Já há algum tempo ando me irritando com pessoas que postam 30 mensagens por dia (sabem aquelas fotos com mensagens escritas?). Isso mesmo, tem gente que posta 30 atualizações, umas após as outras, 15 vídeos, sem contar aquelas fotos de crianças sem braços ou sem pernas... Mas tudo bem, eu tento filtrar e vou me saindo mais ou menos...

Mas outra coisa que me incomoda são as pessoas próximas que ao invés de pegar o telefone e ligar para falar algo importante, ou enviar um SMS, ou mesmo um e-mail pessoal (já que eu não gosto de telefone prefiro uma dessas fórmulas), preferem lançar a bomba no facebook! A última foi uma pessoa muito próxima (da família do meu marido) que colocou no facebook que estava grávida. Ela tinha contado à algumas pessoas da família, tinha falado com ele alguns dias antes pelo telefone, ele ainda fez um comentário do tipo "para quando o próximo bebê?", a pessoa esconde e depois coloca no facebook... Olha, posso ser meio quadrada mas para mim foi uma falta de consideração imensa (com ele, eu não tenho nada a ver com essa história). Depois vem aqueles comentários "Fulano curtiu o comentário, mas Beltrano não". Fica aquela obrigação de ter que "curtir" tudo o que a pessoa coloca, se não vira fofoca. Em resumo, não "curti", sabendo que haveria represálias. Quanta guerrinha boba, heim?

Outro tipo de mensagem que me deixa P. da vida é quando alguém coloca uma foto de jantar, festa, encontro, com a seguinte legenda: "todo mundo presente, pena que a Milena não pôde vir..." Uma vez eu respondi: "se eu tivesse tido convidada talvez tivesse ido"!
Não me entendam mal, cada um tem o direito de convidar quem quiser e não tenho a pretensão de ser convidada e nem o tempo de ir a todos os encontros, mas o que mata é essa frase ridícula...

Ou então aquelas pessoas que adoram fotografar os piores momentos de seus amigos (alguém acordando toda descabelada e com remelas nos olhos, por exemplo), e postar no facebook...

Sei que tenho pavio curto, mas será que só eu não me divirto com esse tipo de coisa?

sábado, 23 de junho de 2012

"Causos" interculturais 2

A gente acha que quando vem para a Europa vai ser discriminado e maltratado por europeu... Mas nem sempre é assim, e eu diria que desde que cheguei aqui, os principais problemas que tive não foram com europeus não...

Diálogo 1:

(interloculor 1)- Você vem de onde no Brasil?
(eu) - Do Sul, da região de Porto Alegre.
- Ah! Eu não gosto de gaúchos!!!
- (sem reação, surpresa com a resposta)
- Por que vocês, gaúchos, não gostam da gente, os nordestinos.
- Não tenho nada contra os nordestinos.
- Mas vocês vivem querendo separar a região de vocês do resto do Brasil!
- Algumas pessoas podem pensar assim, politicagem, mas não é um assunto que a gente costuma falar entre nós, gaúchos.
- E além do mais, a situação do Rio Grande do Sul está tão ruim que todo mundo invade em massa o Nordeste para roubar os nossos empregos.
- Eh verdade que quando eu era criança meu pai foi trabalhar no Maranhão e moramos durante um ano em São Luís. Ele, nós e todo o grupo que foi, todos fomos muito mal recebidos pelos locais, diziam na nossa cara que estávamos roubando empregos, vaga em escola, etc... Até para alugar um apartamento, na época não queriam alugar para "estrangeiro". No fim das contas foi a empresa que teve que resolver o problema de alojamento, pagando muito mais caro do que o preço de mercado. Impossível abrir um crediário e até os mercadinhos não queriam nos vender.
- Ah, mas o Maranhão não pode ser confundido com o Nordeste! Eles são pretenciosos e arrogantes! (hein, além de preconceito contra os gaúchos a criatura também não gosta de maranhenses?)
- Não conheço suficientemente as outras regiões do país para falar, o que nos chega são notícias de documentários de tv, mostrando que algumas cidades do nordeste são ainda sem lei, que vivem sob a lei dos coronéis, onde o indice de analfabetismo é mais alto em comparação com o Sul e Sudeste... O Brasil tem muito a fazer para melhorar a qualidade de vida dessa região.
- Mas não, há muito tempo não é mais assim!
- Que bom!
- A localidade mais pobre do Brasil atualmente é Goiás. Quanta gente sem educação (sem isso, sem aquilo) vem de lá! se eles puderem te sacanear, vão tentar com todas as forças!
(entendi bem? além de não gostar de gaúchos, maranhenses, ainda detesta goiano?)
- Não sei o que dizer, nunca conheci nenhum goiano na minha vida.
(toda essa discussão foi após eu ter feito um favor à essa pessoa, sem perguntar de onde ela vinha nem nada, apenas sabendo que era brasileira e amiga de uma amiga...) 
Para mim não me interessa se a criatura é paulista, paraense ou capixaba...
Então eu sempre digo que antes de falar de discriminação no exterior, a gente deve olhar para o nosso próprio umbigo e reconhecer que preconceito e discriminação começa já dentro de casa, quero dizer, no Brasil... Somos tão ou mais julgado pelos brasileiros em relação a de onde viemos do que pelos europeus...

Diálogo 2:

(interlocutor 2) - Você vem de onde no Brasil?
(eu) - Da grande Porto Alegre.
- Você é otimista, Porto Alegre não tem nada de grande, é um ovo!!! Vocês são tão provinciais. Além de só ter gay. Por isso você casou com um francês? Não tinha homem!!! hahaha
(uma cidade com 1.5 milhões de habitantes ninguém despreza aqui na Europa). E o pior é que essa pessoa também é casada com um europeu...
- E você, para falar desse jeito, deve vir de...
Não vou continuar a frase para não parecer mais uma preconceituosa!)

Diálogo 3:

(interlocutor 3) - Você é brasileira? Ah, eu evito todo contato com brasileiros, meu filho é 100% europeu, não quero que ele seja confundido com brasileiro. Nada pessoal, nada contra você, mas eu tenho como princípio aqui na França de não me misturar. Brasileiro é tudo mal-educado, ladrão e malandro!

* Toda semelhança com pessoas que você conhece na vida real deve ser apenas mera coincidência... Ou não!!!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Museu Gustave Moreau, atelier e casa do artista


Gustave Moreau foi um artista não apenas francês, mas parisiense do século XIX. Se a sua obra resta talvez relativamente desconhecida no Brasil, vale lembrar que ele foi igualmente professor na escola de Belas Artes de Paris e teve como alunos outros artistas que se tornaram celébres, como Matisse

Gustave Moreau é filho de pai arquiteto e aprendeu com esse a história clássica e a mitologia, tão presente na sua obra. De saúde frágil quando criança, foi muito protegido pela mãe e desde muito cedo desenhar era o seu principal lazer. Como muitos artistas de seu tempo, sua obra é romântica, acadêmica, com uma pintada de "italianismo" (desde cedo ele visitou a Itália, de onde voltou apaixonado), mas acima de tudo eclética. Ele não tinha como objetivo reproduzir a realidade em suas obras. Mas é muito difícil colocar o seu trabalho em uma só categoria, até hoje aparentemente ninguém conseguiu fazê-lo.

Ele fazia parte da alta burguesia da época e frequentava os grandes salões de condes e duquesas. Sua hora era muito admirada por personagens literários, dentre eles Oscar Wilde e Marcel Proust. Ou seja, era mais admirado pelos intelectuais do que pelo "povão". 

A casa que ele adquiriu em 1852 e na qual viveu primeiro com seus pais e mais tarde sozinho (após o falecimento deles) tinha um atelier, e ele desde cedo se preocupava em relação ao fim que seria dado aos seus trabalhos. Então aparentemente ele sempre quis que a casa se tornasse um museu, e preferiu conservar a maior parte do seu trabalho, que ele queria que fosse apresentado junto, para que as pessoas pudessem ter uma idéia de como ele era em vida. Pouco antes da sua morte a casa passou por importantes reformas, conservando o primeiro andar, mas o segundo e o terceiro foram transformados em grandes salas luminosas e espaçosas para acolher o seu trabalho.
Ele então "morava" no primeiro andar, considerado o seu apartamento:


 Seu quarto
Boudoir
Mas o segundo andar é fabuloso com centenas de trabalhos do artista, de todos os tamanhos e de todos os tipos: pinturas, desenhos, gravuras e mesmo esculturas.



Essa bela escada leva ao terceiro andar:
Apesar do Museu ser relativamente pequeno, é necessário no mínimo uma hora para admirar tudo, pois cada peça é realmente repleta de lembranças e obras do artista. Para se ter uma idéia, grandes móveis abrigam gavetas com centenas e centenas de pequenas pinturas ou desenhos de Moreau. 

No total, são cerca de 850 pinturas (incluindo aquarelas e cartons) e cerca de 15 mil desenhos.

Fiquei impressionadíssima com a quantidade de coisas que ele fez durante a sua vida!!!
Queria poder realizar a metade!

Museu Nacional Gustave Moreau
14 rue de La Rochefoucauld
75009 PARIS
Metrô trinité ou Saint Georges
http://www.musee-moreau.fr/

terça-feira, 19 de junho de 2012

A catedral de Bourges

A catedral Saint-Etienne (São Estevão) de Bourges começou a ser construída no final do século XII. Em puro estilo gótico, suas dimensões são excepcionais: 118 metros de comprimento, 41 de largura e 37 de altura. Para quem pensa que todas essas catedrais em estilo gótico são parecidas, essa não possui transepto, as 5 naves correspondem aos 5 portais externos e ela comporta um duplo deambulatório.
Majestosa, ela domina a cidade de onde estivermos.
Ela é única na sua concepção, e por isso é inscrita no patrimônio mundial da Unesco desde 1992.
Se ela demonstra a potência do cristianismo na França medieval, ainda hoje essa tradição parece se perpeturar por lá: sábado pela manhã o acesso à visitação estava suspenso devido à primeira comunhão que estava acontecendo ali. Vimos quando os "fiéis" sairam da catedral, eram centenas de crianças comunhando pela primeira vez, e com as famílias o grupo facilmente ultrapassava mil pessoas.




 Alguns dos vitrais datam dos séculos XIII e XV.
Uma das capelas apresenta a policromia típida da época.

 Acima a porta e a entrada da cripta, que desta vez optamos por visitar a cripta, que na verdade não é uma verdadeira "cripta" já que esse termo significa uma capela subterrânea, e essa não é enterrada, mas servia como estrutura e para cobrir o desnível do terreno, já que entre a frente e a parte de trás da catedral há 6 metros de diferença! A catedral foi construída (como geralmente acontece aqui na Europa) sobre uma antiga igreja romana. A visita da cripta não é livre, é necessário acompanhar umas das visitas guiadas. 
Muito interessante essa descoberta!
 A "cripta" serviu como atelier para os trabalhadores que talhavam a pedra, e podemos ver no chão as marcas das grandes peças que foram esculpidas ali, como a grande "rosa" da catedral. Marcas que estão ali há mais de 8 séculos!
 Ali também podemos ver o que restou do jubé (do latim jube domine benedicere) da catedral, uma espéce de portal de 18 metros e largura pour 6,5 de altura, todo em arcos e inteiramente esculpido, construído no século XIII e infelizmente destruído em 1562 durante o cerco da cidade pelos protestantes. 

Esse conjunto abaixo de esculturas foi encontrado muito mais tarde, escondido atrás de uma parece falsa. 
A cor é de origem e o estado é excelente!
 Reparem o "tecido", as dobras parecem tão reais!

 Após essa relativa descida à cripta, descidimos subir até o alto da torre Norte... nada mais do que 398 degraus!!! A torre literalmente desabou em 1506 e teve que ser reconstruída.
Até que se montava fácil, o problema é que a minha cabeça começou a rodar...
E a cada passo nos deparávamos com essas criaturinhas que nos vigiavam...
Apesar do tempo chuvoso, valeu a pena!
 Essa foi a torre na qual subimos... Mas a melhor parte foi curtir um solzinho ao redor da catedral!!!
Os jardins de l'Archevêché (do "arcebispado"), desenhado em torno de 1730, mas infelizmente o tempo não estava bom quando passamos por ali, e depois já era noite, então ad fotos não ficaram boas :(