quinta-feira, 30 de maio de 2013

Como "parecer" mais jovem

Hoje uma mulher de cerca de 50 anos chegou para mim, sabendo que entendo um pouco do assunto e que trabalho com cosméticos, e me lançou essa:

- Eu PRECISO urgentemente parecer mais jovem, o que fazer?

Como responder a essa questão tão complicada?

Como psicologa, o mais importante é tentar entender o porque dela "precisar" parecer mais jovem. Ela acabou de perder uma oportunidade de trabalho e acrescentou: "ok, ele fala inglês melhor do que eu, o que é importante para o cargo, mas ele é mais jovem".

Como "expert" em cuidados com a pele, um creme e outros produtos vão retardar o processo de envelhecimento ou amenizar determinadas marcas do tempo, mas é um processo a longo termo e não faz milagres.

Para um resultado imediato, uma maquiagem neutra pode ajudar muito! Uma boa base vai camuflar imperfeições e "alisar" as rugas, um rimel e um poh ou blush vaão dar uma aparência de saudavel, e isso rejuvenesce!

E quem disse que a roupa não ajuda? Ninguém disse para se vestir como uma adolescente, mas sabemos que algumas roupas nos envelhecem de 10 anos, e outras podem fazer justamente o efeito contrario. Até as cores vão valorizar ou desvalorizar de acordo com o tom de pele, ocasião e imagem que se quer passar.

Mas o mais importante de tudo é o estado de espirito de cada um. Pode parecer bobagem ou clichê, mas a idade estah na cabeça de cada um. Ponto. Estou convencidissima disso. 

Essa mulher com quem conversei parecia completamente "cansada", perdida no meio desse mundo de jovens e de tecnologias aos quais ela não compreende. Em qualquer lugar onde ela vai, ela deixa essa imagem de alguém que jah foi, que jah passou (o seu tempo)... Uma pessoa segura de si, dinâmica E disposta a aprender (mesmo com os mais jovens*) transmite uma imagem muito mais jovem. Um exemplo concreto é o meu marido, que apesar das ruguinhas, ninguém que fala com ele por mais de 5 minutos dah a idade que ele tem. Ele não perde de jeito nenhuma vaga para um jovem de 25 anos, mas ele transmite uma energia, uma alegria de viver, muito diferente de outras pessoas da sua idade que parecem estar carregando o mundo nas costas e cansados de tudo.

Um bom astral com uma pele bem tratada, uma maquiagem leve e vestida conforme essa imagem que se quer passar, não tem empresa que feche as portas nem marido que troque por uma de 20 anos!

* Uma critica recorrente aos sêniors no mundo do trabalho é que eles se consideram os "donos da verdade" e não aceitam idéias, criticas ou mesmo ordens dos mais jovens, sem se dar conta que o mundo muda muito rapido e que ter mais anos de vida não significa que são mais competentes em uma tarefa. 

sábado, 25 de maio de 2013

Pelo "interior" da França: natureza e descobertas inesperadas

Se em abril eu andei falando por aqui que a primavera tinha chegado na França, ela só deu uma passadinha e foi embora!!!
Mas nem por isso vou desanimar e passar os finais de semana debaixo das cobertas...
Sábado passado queria visitar uma encantadora cidadezinha francesa (da qual falarei mais tarde) ao redor de Paris, e acabei decidindo aproveitar para fazer o trajeto à pé, o que não era lá o caminho mais fácil, já que cerca de 12km nos separavam na estação de trem mais próxima (Orry la Ville) até o destino final (Senlis) e mais 12km para voltar. Apesar do esforço e da chuva que ameaçou no final do dia, conseguimos aproveitar cada minuto do caminho!!!

 Não é melhor ver de perto, tocar e sentir tudo isso, ao invés de passar correndo de carro?

 Os lindos e fedidos perfumados campos amarelinhos de Colza. Muita gente pensa que é "Canola", mas canola é uma variedade de Colza criada pelos canadenses, só que as variedades atuais são quase idênticas, daí a confusão. Essa planta existe há mais de 3500 anos e seu cultivo foi muito importante na França dos anos 1750-1850. Ela é da mesma família da Mostarda, mas, #peloamordedeus, não tem nada a ver com o Girassol!!! 
Encontramos alguns amiguinhos e é engraçado o quanto eu o adoro cheirinho de vaca!!!

E não é que no meio do caminho nos surpreendemos com um "castelinho"?
 O Château de Pontarmé é um autêntico castelo do século XVI (mas começou a ser construído 2 séculos antes) no meio dessa natureza verdejante.
 Um lugar mágico...

 Para quem deseja, o castelo pode ser alugado para casamentos e outras recepções... Se eu fizer uma festa ali, prometo convidar todos os leitores do blog!!!

Já sabem, sou chatinha mas comigo não tem tempo feio!!!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Vale dos Reis e Templo de Ramsés III

Nas margens oeste de Luxor se encontra a antiga necrópole ("cidade dos mortos", ou um tipo de cemitério) de Tebas: a última moradia dos faraós do Novo Império do Egito. Durante 500 anos, faraós e nobres construíram ali as suas tumbas nessas montanhas sagradas e desérticas ao lado de uma natureza verdejante. São muitos sítios arqueológicos por ali e preferimos visitar o Vale dos Reis e deixar para uma outra ocasião o Vale dos Nobres, das Rainhas, dos Artesãos e o Templo de Hatchepsout (onde houve um massacre de turistas há poucos anos).

Se os primeiros faraós preferiam construções como pirâmides, seus sucessores preferiam uma certa discreção para evitar a pilhagem. Porém não adiantou muito, já que a maioria foi pilhada pouco tempo após a morte do defunto...

Infelizmentes fotos são proibidas e as câmeras fotográficas devem ser deixadas na entrada. Preferimos não arriscar e deixamos os aparelhos e celulares no ônibus.

Aqui é a foto da casa de Howard Carter (quem descobriu a tumba de Toutankhamon), no alto de uma montanha, antes da entrada propriamente dita.
O caminho que leva à necrópole.
 De um lado a paisagem era como essa acima, e do outro como essa abaixo.

São 63 tumbas até então descobertas (numeradas de acordo com a sua ordem de descoberta), mas apenas umas 15 são abertas a cada dia. O bilhete de entrada permite visitar apenas 3, quem quiser visitar outras terá que comprar ingressos complementares. Vale salientar que a tumba de Toutankhamon tem um preço separado, mais cara a ela sódo que para visitar 3 outras e a visita não vale a pena, não tem nada interessante a ver, apenas pelo contexto mesmo. Muitas outras ainda estão esperando serem descobertas, e equipes de arqueólogos de diversos cantos do mundo trabalham na região.

Nesse dia escolhemos visitar 3 das tumbas que nos pareciam mais interessantes dentre as que estavam abertas: 
- Ramsés IV (2): Esse faraó reinou apenas 7 anos (lá pelos anos 1170a.C). Com cerca de 90 metros de comprimento, essa tumba foi descoberta e era visitada desde a Antiguidade (podemos ver os grafites da época em grego e latim!). Champollion, que decifrou os hieróglifos egípcios "acampou" ali quando esteve no local. A decoração dessa tumba é em grande parte inspirada do Livro dos Mortos. As paredes são cobertas de textos sagrados

Mérenptah (8): essa tumba do 13º filho de Ramsés II, apesar de grande em superfície (só o corredor eentrada mede 135m, todo decorado), relativamente simples em comparação com as mais suntuosas.

Ramsés III (11): uma das mais visitadas do vale, e a únicacom vidros de proteçéao para evitar que os turistas (e empregados!) toquem nessas riquezas da história.

Templo de Ramsés III (Medinet Habu)
Os gigantescos pilones são comuns nas entradas dos templos egípcios, mas em Medinet Habu a façada é de uma variação que lembra mais a arquitetura síria (com andares)

 O templo estava ainda mais deserto e conseguimos aproveitar cada detalhe desse local que está muito bem conservado. Dedicado à glória do faraó Ramsés III, por isso toda a decoração guerreira, cenas e combates violentos. Nas partes cobertas, impressionantes traços de policromia (cores) da época dão uma idéia de como deveria ser na época.

  O interior é composto de dois grandes pátios, mas nas salas "hipostilas" só sobraram as bases das grandes colunas..
 Primeiro pátio

 Segundo pátio

Primeira sala hipostila




Vista das "brechas" do templo.

Terminamos a visita com uma passagem rápida (e a única gratuita) pelos colossos de Memnon. Pode não parecer, mas eles medem 19,5 metros! As estátuas representam o faraó Amenophis III sentado, nessa posição que é o símbolo da eternidade. Uma pena que estejam nesse estado (devido às cruas do rio Nilo e terremotos)!

Impensável fazer um passeio desses pelo deserto sem um chapéu, óculos de sol  e protetor solar!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

O templo de Karnak

A poucos quilômetros de Luxor (ou da antiga cidade de Tebas, construída às margens leste do Rio Nilo), encontra-se o fabuloso Templo de Karnak. Foi nossa primeira visita no Egito! E o primeiro contato com esse sítio arqueológico provocou uma das emoções mais poderosas que já vivi até então.
Karnak diante de meus olhos, imensa, sobrehumana!

Não era para menos: quando criança,eu queria ser arqueológa, e só deixei de lado mesmo quando descobri que "não tinha esse curso na UFRGS".




Ocupando 100 hectares, Karnak é um conjunto de templos e a construção mais grandiosa de todo o Egito, semcontar que é a maior estrutura religiosa do mundo inteiro. Vale lembrar que ele está de pé há 4700 anos!!!! 

Diante de Karnak, somos confrontados com a nossa insignificância e impotência. Esquecemos do tempo em que vivemos, do local de onde viemos e da vida que levávamos até então.

Consagrado ao Deus Amon, durante 20 séculos ele não parou de crescer: cada novo faraó quis deixar a sua marca. Impossível para os não especialistas de entrar em detalhes como qual parte pertence a qual época, até porque muitos faraós foram aproveitando o que já tinha sido feito e inserindo a sua "assinatura" ("cartucho") por cima. prefiro não entrar nesses detalhes.
Como não se perder no meio dos textos hieróglifos, das formas geométricas e das cenas que evocam a comunhão com o sagrado, as oferendas e o encontro do Faraó com as divindades? As pedras continuam a falar e as cenas rituais continuam a passar a sua mensagem.

A sala hipostile com suas 140 colunas que se dirigem ao céu...


Hoje podemos visitar esse local de culto que antes era reservado somente à elite dos pensadores e teologistas egípcios. Um privilégio e tanto. Quem não é sensível ao mistério do Egito Faraônico, melhor se abstenir da visita!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Impressões sobre o Egito

Sempre quis conhecer o Egito e dessa vez consegui, em parte. Não cheguei perto do Cairo ou das Pirâmides, devido aos problemas políticos que tem ocorrido desde a Revolução no Mundo Arabe, que no Egito começou em 2011. Desde então, o país que não era lá um dos mais seguros é considerado inseguro para os viajantes europeus.

Confesso que não sabia que era a esse ponto, mas chegando lá nos explicaram que o turismo (terceira principal fonte de renda do Egito) perdeu 90% de seus clientes!!! Dos 350 navios de turismo que circulavam pelo Nilo, menos de 30 estão atualmente em atividade. Muitas companhias aéreas suspenderam seus vôos indeterminadamente e as agências européias evitam de fazer negócios e enviar clientes devido aos riscos e ameaças terroristas. 



Parece que o povo não soube (e não sabe) o que fazer com a dita liberdade que a revolução proporcionou e o atual governo está sendo uma catástrofe para o país, mas permanece apoiado diretamente pelo Qatar (que tem interesses no Egito) e indiretamente pelos EUA. Obras estão paradas e dizem que nada funciona, até mesmo a policia não faz nada e fica bebendo cha o dia inteiro. O desemprego atingiu indices enormes e sem turistas o comércio não funciona. Os egípcios mais esclarecidos acreditam que esse governo atual não vai durar mais muito tempo e esperam que o país vai entrar em ordem em pouco tempo. Eu sou menos otimista e acredito que uma revolução leva anos e anos para trazer resultados postivos.


Não tivemos nenhum problema, mas vimos que o país está em ebulição (mesmo fora dos eixos onde a revolução é mais presente) e pode explodir a qualquer momento. 


O nível de pobreza também impressiona, ainda mais eu que sou muito sensível a esse ponto (meu marido, assim como muitos europeus, tem uma idéia romântica da pobreza e ignorância e desconhece o conceito de miséria). O ensino não é obrigatório e a maioria das famílias prefere ter o máximo de filhos possível para ajudarem desde cedo no trabalho. Assim, o indíce de analfabetismo é imenso. A maioria da população, mesmo trabalhando direta ou indiretamente com o turismo, não têm a menor idéia do que representou ou representa o Egito Antigo. O mundo inteiro é fascinado pela história do país, mas eles ainda recuperam pedras dos templos para construirem casas, morrem de medo das divindades e rabiscam as paredes. O cuidado com o patrimônio ainda é insuficiente e não fosse a ajuda da Unesco e da comunidade internacional (que ainda trabalha lá) muita coisa teria sido destruída (sem contar as dezenas de templos que seriam destruídos com a construção da barragem não fosse a ajuda internacional).

As técnicas agrícolas e no setor de construção também são ainda muito ultrapassadas.

Mas foi uma viagem onde aprendemos muito, vimos de perto muitas maravilhas e fizemos muitos amigos. Só espero que o Egito reencontre a sua glória um dia, e que esse dia não esteja muito longe!

Informações práticas:
- O visto pode ser obtido diretamente no aeroporto de chegada no Egito, mediante o pagamento de 15$. Para quem vem do Brasil, aparentemente seria necessário comprovação de vacina de febre amarela, mas o mesmo não é solicitado de quem vem da Europa (meu caso). Vale lembrar que o Egito (assim como a China) não é um país de risco de febre amarela, mas para a OMS o Brasil é. Ou seja, essa vacina não é para proteger o turista, mas para proteger a população local de turistas transportando a doença.
- Quem pretende visitar Israel, melhor pedir o visto fora do passaporte, em um papel (mas nesse caso levar foto), pois aparentemente Israel não concede visto a quem passou por um país "árabe). Da mesma forma, quem tem um visto israelita, melhor fazer um passaporte novo para evitar problemas.