quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Direito das Mulheres e Religião

O assunto é polêmico. Acredito que cada um tem o direito de escolher e de viver a religião que quiser, mas sou contra os abusos que vemos por aí, mundo afora, principalmente no que diz respeito aos Direitos das Mulheres.

Por exemplo, na Arábia Saudita, as mulheres são proibidas de dirigir ou andar de bicicleta na rua, assim como praticar esportes em público. Igualmente, não podem trabalhar no mesmo local que os homens, não podem se sentar na parte externa de um café, tomar banho de piscina ou de mar. E pior de tudo, não podem viajar sem a autorização de um homem da familha (um tutor) nem sair na rua sem a longa roupa preta (abbaya). E é o tal tutor que vai autorizar ou não a trabalhar e tudo o mais na sua vida. 
O poder político, representado pelo rei, quer liberar os modos e costumes, mas encontra fortes barreiras na religião.
A mairoria das mulheres do país não conhecem seus direitos e por consequência são muito conservadoras, enquanto os homens ficam entre a religião e a tradição, muitas vezes por ignorância mesmo. 

E quando em outros países, como no Marrocos, o estuprador tem como alternativa casar com a vítima para evitar a pena, e a mesma não tem o direito de recusar. Lembramos o caso da menina Amina Filali, de 16 anos, obrigada a se casar com o seu estuprador. Ela se suicidou em 2012. Vocês têm idéia do que é isso? Para mim, uma aberração total. Parece que recentemente foi incluída uma cláusula para evitar esse tipo de coisa, espero mesmo que seja verdade e que esteja funcionando na prática.

Ou como no Afeganistão. Um exemplo atualmente conhecido é o da jovem Sahar Gul, que foi vendida (para casar) aos 12 anos pelo irmão. Na família do "marido", queriam prostituí-la e diante de sua recusa, foi acorrentada no banheiro, eletrocutada e arrancaram suas unhas, dentre outras atrocidades. Casamentos precoces, forçados e violências sexuais são muito comuns nesses países radicais.

Na Palestina, meninas podem se casar aos 15 anos, e se o marido morrer elas podem ser forçadas a casar com o cunhado... E se após muita luta conseguem divorciar, não são bem aceitas na sociedade.

E quantas mulheres são ainda apedrejadas ou mesmo condenadas a estupros coletivos por infidelidade? Acontece muito no Iran e no Sudão, para citar apenas dois países.

Si a jornalista americana Lara Logan abriu os nossos olhos para uma triste realidade no Egito, quem vive diariamente essa situação são as egipcias. 
No Egito, onde os estupros coletivos não são raros, os estupradores preferem muitas vezes penetrar a mulher com os dedos, uma barra de ferro, uma lâmpada ou outro objeto, pois se não houver penetração com pênis, a lei considera um simples "assédio sexual" e raramente passível de pena. Mesmo se em muitos casos a vítima, com as roupas rasgadas, é arrastada pelas ruas enquanto pode chegar a centenas o número de homens que a tocam. 
Estive há alguns meses no país e confesso que os olhares dos homens chega a dar medo! Não sou do tipo medrosa, mas não teria coragem de viajar sozinha ao Egito e andar sozinha no meio da população a 5 metros dos locais turísticos. 
Sei que muitas mulheres levam para o lado da brincadeira e mesmo se sentem lisongeadas com olhares e "cantadas" dos egípcios. Levei para o lado da brincadeira a cada vez, mas as "brincadeiras" podiam ser pesadas, e eu preferia cortar de vez.

Sinto muito, mas me choca. Considero uma falta de respeito e humilhação para com as mulheres.

Há poucos anos a França, um país laico, proibe que as mulheres cubram o rosto (burka e assemelhados) no espaço público. Muitas pessoas discordam, falam da liberdade de cada um de se vestir como quiser. Mas onde está a liberdade quando uma menina cresce condicionada em uma família (ou cultura), sob a autoridade de um pai ou irmãos radicais que não dão escolha? Podemos falar realmente de escolha? E muito engraçado que muitas meninas que nunca cobriram a cabeça por aqui, começam a fazê-lo por um homem...
Sinto muito, mas um homem que ama de verdade não vai pedir (ou mesmo obrigar) uma mulher a se esconder da sociedade.

Para não perdermos a esperança, a Tunísia aprovou recentemente a sua constituição que diz que "homens e mulheres são iguais perante a lei". Trata-se da primeira vez que isso acontece em um país árabe e muçulmano. Vale lembrar que a Tunísia foi o berço da Revolução Arabe que foi contagiando toda a região na primavera de 2011.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Zeng Fanzhi, no Museu de Arte Moderna de Paris

Esse final de semana fui ao Musée d'Art Moderne de Paris para conferir a exposição do artista chinês Zeng Fanzhi.

Conhecido desde os anos 90, ele utiliza na sua obra a tradição da pintura chinesa mas repleta de influências ocidentais. Uma excelente forma de descobrir cerca de 40 telas do artistas, realizadas entre 1990 e 2013, mostrando a evolução da sua obra.

Zeng Fanzhi é um dos artistas vivos mais cotados do momento: uma de suas sobras foi vendida recentemente por cerca de 20 milhões de dólares, a sua tela gigantesca (de quatro metros) "A última Ceia", de 2001.
Mais do que uma cópia contemporânea de Leonardo da Vinci, não fala ela da grande traição do comunismo? Um dos personagens não é representado com o lenço vermelho dos comunistas, mas com uma gravata (ocidental) e amarela, sinal do poder e do dinheiro? (para pensar)

Seu trabalho vai além de uma "mistura" de modelos ocidentais e orientais: o artista consegue provar uma verdadeira pesquisa intelectual e pictural.

Ele realizou uma série bem ampla de pinturas como tema central "as máscaras", onde ele queria representar as questões ligadas à individualidade, um conceito novo na China da sua época

Segundo ele, não é necessário ter um amplo conhecimento da história e cultura da China por compreender a sua obra, sendo a "arte uma linguagem universal", mas conhecendo melhor a arte tradicional chinesa fica mais fácil de entender no que está baseada a sua obra, principalmente as últimas séries. 

Quantos às críticas referentes à tanto mudar de técnica e de tema, ele diz que é devido à 3 razões: ao desenvolvimento da sociedade chinesa, a idade (hoje ele não vê mais as coisas como via antes) e ao fato de não gostar de se repetir!

Nessa série sobre as "máscaras", se seus personagens seguem uma ótica ocidental, vestidos à essa maneira, as mãos são grandes e disproporcionais aos corpos, parecem calejadas e vermelhas. As mãos os símbolos da luta operária, e segundo ele não podemos esconder nossas mãos, que revelam a nossa condição social. Porém todo o resto (rosto, expressões, emoções) pode ser escondido ou "mascarado". E, segundo ele ainda, não avançamos na sociedade (chinesa atual) sem máscaras. Será que só na sociedade chinesa mesmo?

Essa sua tela me faz pensar as fotos que vemos (ou postamos) todos os dias no facebook:
Podemos igualmente ver uma evolução quanto aos seus auto-retratos:
Esse mais antigo o situa em uma certa lógica pueril, ainda fortemente ligado à China comunista, o artista se representa com o lenço vermelho que ele nunca teve o direito de portar (seus pais não eram considerados dignos). A melância trata desse período da sua juventude em que teve que se alimentar dessa fruta, a única coisa que ele podia comprar.

Nesse outro auto-retrado de 2004, ele não porta mais as roupas da sua juventude, mas esse impermeável (vermelho igualmente) que esconde tudo, e nem mesmo as mãos podem ser vistas. O cavalo (um outro símbolo de uma sociedade agrária) se transformou em um brinquedo. Podemos observar as sombras dos dois "personagens", que seguem caminhos separados.
Cada vez mais individualista (e sozinho), o homem (chinês?) precisa aprender a conviver consigo mesmo.

Em seus trabalhos mais recentes, o homem parece desaparecer de suas telas, quase fugir do espaço urbano. Um retorno à natureza para ir ao encontro da sua própria natureza?


Observação:
A entrada ao Musée d'Art Moderne de Paris é gratuita para a visita da sua coleção permanente. Suas exposições temporárias são pagas.

Zeng Fanzhi, até o dia 16 de fevereiro de 2014.

sábado, 18 de janeiro de 2014

A vida amorosa do Presidente

O assunto que está na boca de todos os franceses nesse momento é revelação de uma revista de fofoca sobre a vida amorosa do presidente francês!

E essas revelações são ilustradas com fotos do dito presidente com uma capacete engraçadinho se dirigindo ao local do encontro clandestino (um apartamento parisiense, uma outra história com muito pano para manga).

Mais ridículo de tudo (na minha opinião), é quando o guarda-costas aparece no dia seguinte trazendo o croissant para o café da manhã do casal!!!

Bom, a vida do presidente não teria causado tanto burburinho se, segundo a população, ele estivesse cuidando melhor das suas tarefas oficiais, como por exemplo fazendo alguma coisa para inverter a curva do desemprego, ações eficaces contra a crise e por aí vai.


Por outro lado, esse presidente tem uma imagem de "mole", "fraco", "songa-monga", um personagem sem carisma e sem personalidade. Nessa perspectiva, muitas pessoas viram essa sua "escapada" como algo "positivo", mostrando que ele, se não age na sua vida profissional, ao menos parte para a ação na vida privada!


Bom, para mim e para uma outra parte da sociedade, o pior é o que ele fez com a sua companheira de anos. Mesmo se ele é divorciado, há anos ele vivia com uma jornalista francesa que é considerada a "primeira-dama" da França e que até então desempenhava as funções de tal. Por que então não sair primeiro dessa relação antes de se aventurar em outra?

E essa sua amante, uma atriz militante do Partido Socialista (partido do presidente), o que passava pela sua cabeça? O que passa pela cabeça de uma mulher que escolhe ser a "outra"? Não venham me dizer que ela foi "enganada", que ele não podia se "separar", já que nem casado ele era nem tinha filhos com a companheira.

Mas sabemos que onde tem política (ainda mais que no esporte e show business) tem sexo, e que o poder atrai a mulherada assim como a mulherada atrai o poder. Não vamos também generalizar, os franceses "normais" vivem longe dos holofotes e do poder!

Achei muito interessante a frase de um respeitado jornalista francês que disse essa semana que "mesmo o homem mais atarefado do mundo vai sempre encontrar tempo para sexo clandestino". Então atenção, mulheres, não acreditem quando um homem diz a vocês que ele "não tem tempo" ou que anda muito "ocupado" e não tem "cabeça para isso". Mentira! kkk

Bom, eu já acredito que um homem capaz de mentir, enganar e trair a mulher que ESCOLHEU com quem viver, é capaz de mentir, enganar e trair em qualquer situação. Mas infelizmente parece que a definição de política é justamente essa: mentir, enganar e trair.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Como escolher bem a sua hospedagem de férias

Viajar passa igualmente pela etapa de escolha da hospedagem, e um bom planejamento nesse quesito pode evitar muitas dores de cabeça.
Independente de escolher um hotel, albergue, B&B ou qualquer outra forma de se hospedar, acredito que alguns itens devem ser pensados e bem avaliados.

Antes de reservar, verificar:

- Localização:
Muitas hospedagens (mais baratas) ficam longe das principais atrações. Pode ser interessante, mas é bom verificar transporte (se tem e os custos, para que o mais barato não saia mais caro) e tentar se informar sobre a segurança do bairro.
Por exemplo, geralmente perto de estações de trem não são bairros muito legais (mas tem a vantagem de estar perto da estação), assim como a periferia da cidade. 

- Se por acaso o banheiro não é coletivo. 
Na Europa é muito comum e uma forma de economizar alguns euros. Se para você ter banheiro privativo é fundamental, melhor pagar um pouco mais por esse conforto.

- Café da manhã: 
Verificar se está incluso no preço da diária e, ainda mais importante, se o hotel disponibiliza esse serviço. Muitos estabelecimentos são familiares e disponibilizam somente o quarto, e não a alimentação.

- Fora dos hotéis de rede internacional, verificar se o mesmo possui elevador, caso seja importante. Em Istambul ficamos em um hotel econômico... no sexto andar sem elevador!!! Já sabiamos, e como nos sentimos ainda jovens e em boa condição física, topamos. Mas não é o caso de todo mundo.

- Na Europa não é comum ter frigobar nos quartos de hotéis mais econômicos, assim como secador de cabelos e outros objetos. Mas nunca fui em nenhum que não tivesse toalhas. Se for o caso, geralmente está escrito na descrição do quarto.

- Ler os comentários dos antigos hóspedes, mas fazer uma triagem. Sempre leio os comentários nos sites de reservas de hotéis mas filtro de acordo com a minha necessidade. Por exemplo, não dou nenhuma importância à qualidade da TV, se tem estacionamento ou se falta frutas no café da manhã, mas não aceito se os clientes dizem que tem cheiro de cigarro ou outros problemas de higiene.

Após reservar:

- Verificar o horário do check in (ocupação do quarto) e do check out (desocupação).
Geralmente o check in é a partir das 13h e o check out antes do meio dia, mas varia muito de um lugar para outro. Não adianta reclamar ao chegar cansado às 6h da manhã após um vôo ou trem noturno porque o seu quarto não está disponível.
Geralmente é possível chegar mais cedo e deixar a bagagem, assim como e desocupar o quarto e igualmente deixar a bagagem para buscar mais tarde.
Sempre faço isso nas minhas andanças (pela Europa e fora dela) e nunca tive problemas com isso. Só fique atento para os hoteis mais uma vez pequenos/familiares, pois pode ser que ele feche durante uma parte do dia, e aí você não pode deixar a bagagem pois ele estara fechado no momento em que deve buscar. Como aconteceu comigo em Aix-en-Provence, pois o hotel fechada no domingo a partir das 15h (mas já tinhamos nos informado a respeito), ou em Le Touquet, em que os proprietários queriam saber a hora prevista, pois eles passeavam com o cachorro por cerca de 1h e queriam evitar que a gente chegasse enquanto eles estivessem fora.
Nunca me pediram para pagar por esse serviço, mas é bom ter um cadeado para fechar bem a bagagem.

Ao chegar:

- Em hotéis de classe econômica ou médios, é você mesmo quem vai carregar a sua mala na Europa, salvo raras exceções. Já vi muito brasileiro surpreso pois ninguém o acompanha até o quarto nem carrega a mala... Se quiser esses serviços, melhor optar por um hotel de categoria superior.

- Em alguns hotéis, principalmente de redes internacionais, é comum pedirem um cartão de crédito como garantia. Eh normal, mesmo que já esteja tudo pago. Serve como garantia em caso de consumos extras ou estragos.

- Na Inglaterra, sempre me pediram para pagar na chegada, mas fora esse país geralmente é possível pagar a qualquer momento ou mesmo no final (no check out). 

- Em hotéis pequenos, pode ser que não aceitem cartão de crédito, como aconteceu comigo muitas vezes na Alemanha (lá eles pagam taxas muito altas para vendas em cartão).

- Na China todos os hotéis nos pediram uma garantia em espécies (cerca de 200 yuans), que nos foi integralmente devolvida no final. Sempre nos deram um recibo por isso (assim como pelo pagamento das diárias, dois recibos separados), mas é bom pedir caso não derem espontaneamente. Não perca, pois é justamente a sua garantia.

- Caso tenha frigobar com produtos à venda, evite de mexer no conteúdo se não for consumir, pois alguns hotéis contam com sensores automáticos... se tocar vai aparecer na conta, e aí você vai ter que se virar para reclamar!

- Café da manhã: em muitos hoteis, é bom tomar cuidado com os roubos durante o café da manhã. Eh muito comum que pessoas de fora se infiltrem na sala de café da manhã, assim, se você deixar bolsas, telefone e outros objetos de valor será uma tentação para esses ladrões. Como viajamos a dois, nunca nos ausentamos ao mesmo tempo da mesa, mas caso esteja viajando sozinho/a, melhor guardar todos os seus pertences consigo. Quantas vezes já vi gente (geralmente brasileiros, mais uma vez)  guardando a mesa, marcando o lugar com uma maquina fotográfica, Iphone, óculos de sol (de marca) ou carteira/bolsa!!! Realmente é não ter noção do perigo!

Regras de savoir-vivre (saber viver):

- quando não estiver no quarto, favor desligar a TV (e outros aparelhos eletrônicos e elétricos), apagar as luzes... E fechar as torneiras!!! O meio ambiente agradece! Também não é porque estamos pagando que precisamos abusar...
- Ao sair, evitar de deixar tudo bagunçado, como roupas para todos os lados, lixo... Além de dificultar o trabalho dos empregados, ainda é mais fácil de "perder" alguma coisa.

Nunca fui roubada em nenhum hotel, mas nunca deixo nada visivel, muito menos jóias ou outros objetos de valor. Além disso, é bom verificar tudo ANTES de deixar de vez o hotel, assim é mais fácil de reclamar e ser ressarcido.



E boas férias!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Milão: arquitetura, arte e história

Milão não faz unanimidade, mas é uma cidade que com certeza vai conquistar os amadores de arquitetura e de "cidades". Se por um lado é a capital da moda e do design, sinônimo de criatividade, progresso e tecnologia, por outro ela soube preservar seus bairros populares, sua história, sem contar seu lado cultural riquíssimo com seus museus, exposições de qualidade e seus teatros (dentre ele o Scala, um dos mais famosos do mundo).

Quer vir comigo e ver a cidade pelos meus olhos?


Impressionada pelas 16 colunas cotintianas em mármore (antigo templo datando do século II) que se elevam diante da Basílica San Lorenzo Maggiore, cujo domo é o maior de Milão e seus mosaicos (no interior) datam da origem da construção (século IV), apesar das diversas reconbstruções do edifício como um todo.

 No centro histórico da cidade, o Duomo simboliza 600 anos de história  e de arte ! Trata-se da terceira maior igreja católica do mundo, só perdendo para São Pedro de Roma e a Catedral de Sevilha. Se a construção começou em 1386, a fachada só foi finalizada em 1813. E quanta extravagância!!!

 Sempre vi muitas fotos da fachada, mas notei que nunca tinha visto ou prestado atenção ao seu interior, que é fabuloso, diga-se de passagem. Tivemos sorte de visitar o Duomo em dias bem ensolarados, e no seu interior reinava uma luz amarelada que deixava o local com um ar misterioso e medieval.

 E quanta realidade nessa imagem de São Bartolomeu (realizada em 1562), esfolado vivo e portando a sua própria pele. Quanto talento na execução dessa obra de arte por Marco d'Agrate.
A famosa Galleria Vittorio Emanuele II, tomada pelos turistas.

E quem diria que praticamente colada à praça do Duomo, podemos admirar com toda a tranquilidade a Piazza dei Mercanti, um dos últimos resquícios medievais de Milão. Esse poço ao meio é do século XVI e a praça sobreviveu às destruições dos bombardeamentos de 1943.
E como falar de Milão sem passar por Leonardo da Vinci???
Em 1483 "Leonardo" (para os íntimos) deixa Florença para trás e vai para Milão, trabalhando para o duque Ludovic Sforza como engenheiro militar, arquiteto, pintor e escultor, permanecendo na cidade por 20 anos. Na Piazza della Scala (praça do teatro Scala) podemos ver a sua estátua. Vale lembrar que ele também era um músico espetacular.
No refeitório da igreja Santa Maria delle Grazie podemos adminar a ilustre "Santa Ceia" do artista, que infelizmente sofreu muito nos últimos 5 séculos e teve que ser restaurada muitas vezes.  Importante reservar a visita com antecedência.

O Castello Sforzesco foi uma fortaleza militar no século XIV e mais tarde residência da família Sforza na época de Leonardo da Vinci (que tinha acesso livre ao castelo, para nele testar suas experiências.

Hoje ele abriga diversos museus, e em um deles a última obra (inacabada) de Michelângelo, a Pietà Rondanini, na qual ele trabalhava poucos dias antes da sua morte.

Os antigos canais da cidade (Navigli), sobreviventes dos canais projetados mais uma vez por ele.

E um passeio pelos bairros mais afastados, longe dos turistas mas repleto de charme.


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Retrospectiva 2013

Eu poderia ser hipócrita e vir aqui falar que nada vai bem, mas acontece que atualmente não posso reclamar da vida: tenho saúde, um marido que me ama e uma família que mesmo longe está sempre emocionalmente perto. Tenho um emprego que mesmo se não é dos sonhos, me agrada e que paga as minhas contas (e viagens). 

Não tenho mega ambições do tipo "desejos" ou sonhos de consumo. Não sonho com bolsas Chanel ou carro de luxo, então o que realmente me interessa acaba conseguindo entrar no meu orçamento.

Há algum tempo uma das coisas que mais gosto de fazer é viajar: descobrir novos lugares, novas formas de viver, novas pessoas, culturas, gastronomia... Dizem que dinheiro não traz felicidade, mas no meu caso compra passagens, paga hotéis e entradas, o que para mim é a mesma coisa que felicidade. E nesse ponto 2013 foi muito bom, consegui enriquecer minha bagagem de viagens. 

Algumas pessoas podem perguntar: o que isso acrescenta ou muda na sua vida?

Para mim é uma sensação muito boa a de ouvir falar de um lugar (tv, jornais, livros) e lembrar que já estive ali, que já passei por aquelas ruas, que já atravessei aquela ponte, que senti aquele cheiro, já comi aquela comida, pequei aquele transporte. Tenho uma memória muito boa e consigo me lembrar de muitos detalhes, inclusive geográficos. Outra sensação maravilhosa é a de ver uma obra de arte ou monumento que antes eu só conhecia por livros (ou internet). Mesmo com as mais belas fotos do mundo, nada se compara a ver com os próprios olhos o sol batendo sobre os templos do Egito, por exemplo. Mesmo a luz que reflete na fachada do Duomo de Milão, ou a luminosidade amarela do seu interior, nunca vi em nenhuma foto, e nunca ninguém tinha me contado que era tão mágico!

Mas vamos lá para a retrospectiva:

Em janeiro, começamos o ano em Dublin...

e ainda  conseguimos mudar de ares a poucas horas de trem de Paris, no meio de muita neve, em Chambéry (e arredores):


Fevereiro nos surpreeendemos com Glasgow e a gentileza dos escoceses, mesmo se o inglês deles é muito difícil de entender!!!

Em março nos deixamos seduzir por Istambul... e que sedução!!!

Em abril, começamos a primavera em St Germain en Laye...

E terminamos o mês no Egito!!!
 Que continuou em maio, é claro...

Mas ficamos o resto do mês por aqui mesmo e visitamos o interior da França perto de Paris (Pontarmé).

Em junho demos uma escapadinha em Turim, na Itália, que merece ser visitada!!!

Assim como mais um passeio por Le Mans.

Julho foi vez de visitar a família no Brasil, revisitar os Canyons, rever minha amada Porto Alegre, dar um pulinho em Pelotas, Rio Grande e no Uruguai.

Agosto fechou nossas férias com chave de ouro em paraísos como Porto de Galinhas, Olinda.

 Gostamos muito de Recife e Caruaru.

Em setembro fomos uma outra vez à Rennes (França)...

...e para Liverpool:

Outubro não fomos muito longe, no máximo para Senlis, perto de Paris:

Novembro foi a ocasião que encontramos para embarcar à Nápoles e voltar com os olhos repletos de imagens e a barriga cheia!

Ainda aproveitei para visitar uma amiga e conhecer Evreux, na França:

Dezembro nem sempre é fácil para mim, mas consegui dar uma voltinha em Arras, no Norte da França


E passar os últimos dias do ano em Milão:

Ao fazer este poste percebi que 2013 teve bastante Itália e países de língua Inglesa. Não fomos para a Alemanha, que adoro, assim como outros países do leste europeu, e visitamos menos a França do que gostaríamos.

O que será que vem por aí, em 2014?