A primeira coisa que nos chamou a atenção é o quanto as pessoas parecem viver longe do estresse, mesmo se Oslo é a capital e mesmo a maior cidade da Noruega (com pouco mais de 500 mil habitantes, quase uma cidade do interior!)
Já saindo do aeroporto todo mundo caminhando calmamente, e eu começo a me irritar, pois se estou visitando, tenho pressa em chegar logo (e não quero perder tempo), e se estou vontando para casa, quero chegar logo!!!
Chegando ao hotel não conseguiamos fazer o check in online e Sylvain estava meio "esbaforido" ao falar com a atendente ("o computador não reconhece a nossa reserva!"). Ela nos diz para nos "acalmarmos", "no stress", e em 1 minuto encontrou a nossa reserva.
Existe um bairro mais pobre em Oslo, onde há uma grande concentração de estrangeiros e descendentes (paquistaneses em grande parte), mas não chegamos a passar por lá. Por onde passamos foram bairros que nos pareciam de pessoas que levavam uma vida bem confortável.
As casas não contam com persianas, nem cortinas (ou somente para enfeite) e muito menos grades. As peças ficam quase todas iluminadas e podemos observar que tudo é muito bem decorado, com quadros, gravuras, esculturas, lustres, abajours, flores, etc. E tudo de qualidade e tudo aberto aos olhares dos passantes. Ninguém se esconde atrás de suas cortinas ou persianas fechadas.
De uma forma geral os noruegueses tomam um café da manhã bem reforçado, praticamente não comem ao meio dia ou fazem um lanche e jantam por volta das 17h (geralmente eles terminam o expediente por volta das 16h).
O frio: segundo a minha colega norueguesa (e pelo que pudemos observar), os noruegueses gostam do inverno e esperam com impaciência a neve! Esse ano, com o inverno light que está fazendo, eles estão bem decepcionados.
Alguns andam pelas ruas com "esquis" e se divertem como os brasileiros se divertem jogando futebol.
Eles se vestem sobretudo com roupas técnicas e esportivas para os esportes de inverno e neve, o que para o padrão "francês" não é nem um pouco elegante. Bem diferente da
forma de se vestir na Rússia, onde inclusive estava bem mais frio.
A Noruega foi o país mais pobre da Europa até o final da Primeira Guerra Mundial, vivendo da agricultura, da pecuária e da pesca. Foi então que se descobriu o potencial hidroelétrico do país e mais tarde (nos anos 1960) sua riqueza em em petróleo, que viu sua economia se transformar com a transformação do mundo em um lugar que não vive mais sem petróleo. Hoje as pessoas de uma forma geral vivem confortavelmente e os índices de desemprego são os mais baixos do mundo. Hoje a Noruega tem o maior índice de Desenvolvimento Humano e um PIB invejável.
Como consequencia, tudo por lá é caríssimo!!! Comida, transporte e atividades culturais podem atingir mesmo um preço proibitivo para quem não ganha em coroas norueguesas.
Praticamente todo mundo fala inglês fluentemente, e não é difícil encontrar alguém que fale bem francês (já que falo francês melhor do que inglês).
Se as pessoas não chegam a ser desagradáveis, eu diria que são INDIFERENTES. Ninguém dá muita importância aos (poucos turistas), nenhuma curiosidade em saber de onde viemos, o que estamos fazendo ali, nada...
E o frio?
Como escrevi mais acima, esse ano o inverno não chegou com a força toda. Pegamos temperaturas de -6ºC/-8ºC e neve em pouca quantidade.
Gostamos muito de andar pelas ruas como se fossemos pinguins, foi bem divertido e com as roupas adequadas não sentimos nenhum frio. Porém, não sei se gostaria de morar em um lugar tão frio e calmo assim... Para mim seria um tédio mortal chegar todos os dias em casa antes das 17h. Imagino que as pessoas utilizem esse tempo livre para assistir tv, ler ou navegar pela internet... Ou se dedicar a outras atividades, como trabalhos manuais... Para se dedicar à família é ótimo, mas lembrando que os noruegueses são têm praticamente filhos, então todo esse tempo livre é mais para ficar sozinho mesmo. E tenho lá as minhas dúvidas se eles têm uma vida social bem agitada.
Os parques de Oslo são abertos 24h por dia, fomos visitar alguns mas éramos praticamente os únicos visitantes por volta das 18/19h. Uma ou duas pessoas praticando esportes e umas 3 ou 4 passeando com o cachorro.
Paramos em alguns cafés, e igualmente poucas pessoas (sobretudo jovens e estrangeiros) ali presentes.
Para quem gosta de lugares calmos, ficar em casa, realmente nesse ponto é um lugar ótimo para se viver. Se é isso que se olha quando se fala em "qualidade de vida", por outro lado, do meu ponto de vista, a MINHA vida tem bem mais qualidade quando estou bem no meio do furação, com mil coisas se mexendo ao meu redor.
Por isso adoro morar em Paris, e cidades pequenas e calmas adoro... mas só para passear!!!
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