sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Os Franceses são assim?

Esse video tem circulado nesses ultimos dias no meio franco-brasileiro e eu gostaria de compartilhar com vocês.

Primeiro porque o Alexis é muito engraçado, e conseguir brincar e fazer humor em uma lingua que não é a sua não é nada facil.

Segundo porque mostra, de uma forma bem humoristica, sempre levando na brincadeira, o que os brasileiros pensam dos franceses, e um certo estranhamento dele, enquanto francês, ao descobrir todos esses estereotipos.



Bom, e sobre francês parecer gay, lembr que a primeira vez que o meu marido foi conhecer os meus pais eu até quis escolher as roupas dele, pois se ele usasse as roupas ajustadas e "moderninhas" que ele tinha minha familia ia pensar que ele era gay! 

E como até hoje, sempre que comento com algum francês que eles tem essa fama de "sujinhos" eles me olham espantados, NUNCA ouviram falar disso, nenhum vizinho europeu, nenhum pais asiatco nem africano ou do oriente médio pensa isso... Também nunca passou pela cabeça deles que o brasileiro poderia ser o povo mais limpinho do mundo!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O que é preciso para morar na França?

Diariamente recebo muitos e-mails e mensagens via a pagina facebook do blog sobre o que seria necessario para vir morar na França legalmente. Por mais que eu goste muito de receber e responder mensagens dos leitores, acredito que centralizar as informações pode ajudar muita gente e realmente não consigo mais responder entre 30 e 40 mensagens por dia, sempre com as mesmas perguntas. Espero que essas informaçéoes, escritas de forma bem basica e didatica ajude a muitos brasileiros que sonham com a europa. Boa leitura e boa sorte!

1. Como regra geral, para viver na França legalmente é necessario ser francês ou ter um passaporte europeu, como é o caso de muitos brasileiros com cidadania italiana, portuguesa ou alemã.

2. Se não for o seu caso, e se você não preenche os requisitos para obter cidadania européia (verificar os requisitos com cada embaixada no Brasil, as regras mudam), as coisas ficam mais complicadas. Muitos estrangeiros optam por:
- visto de estudante. Precisa estar matriculado em uma escola de francês séria em um curso intensivo, ou então vir para um pos-graduação, mas isso é geralmente feito via o site Campus France. Caso o estudante não seja bolsista, para se manter financeiramente ele pode trabalhar no maximo 20h por semana ou 35h por semana durante as férias escolares.
- au pair. Consiste em cuidar de crianças, morando na cada da familia e simultaneamente aprender francês. Atenção, pois existe limite de idade (em torno de 26 anos) e precisa encontrar a familia antes de sair do Brasil.
- Visto de trabalho: consiste em encontrar uma empresa que contrate o estrangeiro e "banque" todos os procedimentos administrativos. Mas não é qualquer emprego, geralmente é quando a empresa acredita que essa pessoa é imprescindivel e decide investir nela. Tem que ter uma excelente experiência ou diploma, e ainda por cima em uma aerea onde existe carência de profissionais, como em Informatica (não falo de manutenção de computadores, mas de desenvolvedores de alto nivel, analistas, arquitetos ou gerente de projetos, por exemplo), Engenharia, Finanças, por exemplo (mas não conheço todas as areas).

Outros casos:
- Visto temporario por casamento com europeu: sim, quando o europeu mora na França, obvio que o conjuge tem o direito de morar aqui. Se você vai se casar com um europeu, não precisa entrar em pânico, seu visto não pode ser negado a não ser em casos de fraude ou outros problemas legais. Mas vale lembrar que no inicio o direito é temporario. Somente apos alguns anos é possivel entrar com o pedido de naturalização (tornar-se francês). Isso mesmo, não é porque o marido (ou esposa) é francês que nos tornamos franceses automaticamente com o casamento. 
Aproveito para dizer que é possivel adquirir a nacionalidade francesa continuando a ser brasileiro (se um dia o governo francês for de extrema direita, uma das idéias desse grupo é de ter que escolher entre uma ou outra nacionalidade).

- Direito de residência para pessoas "de posses". Quem consegue provar ter uma boa conta no banco e/ou uma boa renda entrando todo o mês, pode obter um visto. 

- Artistas: provando igualmente ter um certo dinheiro para se manter e apresentando um projeto na França.

- Empreendedores com um potencial de investimento na França, criação de empregos, etc. 

- Outros casos isolados são pessoas que fazem parte da legião estrangeira, e pessoas que pedem asilo (que conseguem provar que são perseguidas em seu pais de origem, ameaçadas pelo governo, por exemplo).

Resumo da historia: se você tem dinheiro, tudo é mais facil, mas se você pensa em ganhar dinheiro aqui, estah em busca de emprego, estudos, é bem mais dificil. Jah existem muitos estrangeiros e desemprego por aqui, então o governo não abre facilmente as fronteiras, dando prioridade para quem jah estah aqui, o que é logico, mesmo que não seja justo.

Então, se o seu sonho é morar na França, eu aconselho a ter um projeto, aprender um pouco de francês e verificar em qual caso você pode se encaixar.


* O texto se refere a uma residência legalizada na França. Sei que existem milhares de imigrantes ilegais por aqui, alguns vivem bem outros muito mal, e prefiro não opinar sobre o assunto. Conheci alguns, mas prefiro não falar sobre um assunto que não conheço diretamente.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Fauchon, somente fama ou realmente bom?

Há algumas semanas vi propaganda em todos os cantos de Paris sobre a Semana do Eclair na reputada maison Fauchon.

Para quem não sabe, Fauchon existe desde 1886 é uma "épicerie fine" que vende produtos gastronômicos "de luxo" para clientes dispostos a pagar o preço. Salmão defumado, fois gras, caviar, temperos, comidas prontas e doces... tem de tudo! Uma verdadeira referência em gastronomia francesa, conhecido no mundo inteiro. Nada surpreendente que as duas lojas localizadas na Place de la Madeleine, em Paris, estejam sempre lotadas (de turistas).

E o éclair é um dos meus doces franceses preferidos! Tradicionalmente longo, com uma massa crocante mas ao mesmo tempo macia um recheio que derrete na boca. Quando bem feito, uma explosão de sabores! Os mais comuns são de café, baunilha, chocotale. Eu adoro o de caramelo (à manteiga com sal) e não recuso provar sabores originais.

Realmente, à primeira vista os doces do Fauchon impressionam pela perfeição das formas e quantidade de sabores. Um design impecável. Sem nem pensar duas vezes abrimos a carteira e por 14 euros saímos com dois lindos e bem embalados doces.




Mas qual não foi a nossa decepção à primeira mordida, ao chegar em casa... Esses dois eclairs que compramos não tinham gosto de nada! O de chocolate (amargo) sem nenhuma personalidade, o chocolate passou totalmente incognito nessa receita... E o meu, com chocolate branco, creme e baunilha (de Madagascar) igualmente sem nenhum gosto, sem contar que o chereio de ambos não tinha nada de cremoso...

Do chocolate só ficou o amargo na boca dos 14€ gastos inutilmente...

Não sei se tivemos azar com os produtos que escolhemos, mas tenho visto que cada vez mais franceses andam se queixando do mal atendimento de lá assim como da qualidade irregular dos produtos e geralmente abaixo do esperado.

Bom, para quem quer pagar caro pela fama do local, pelo status e por que não pela "cara dos produtos", pode ser um bom endereço. Mas para os demais que apreciam realmente o sabor do que consomem, independente de ser caro ou não, melhor se dirigir a outros em endereços em Paris, mais modestos, provavelmente mais baratos e muito melhores!

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Mudando antigos conceitos

Quando cheguei na França, algumas coisas me estranharam muito (e ainda estranham), mas outras que tanto critiquei no início, rapidinho fui me acostumando! Vamos lá dar uma olhadinha em algumas delas:

1. Grandes travesseiros

Aqui na França é muito comum encontrar travesseiros no formato 65cm X 65cm ao invés dos retangulares (que também existem, mas em menor proporção) e foi uma das primeiras coisas com as quais me acostumei.
Não se enganem, apesar de "grandes", esses travesseiros podem ser bem macios (como o meu)...

2. Sabonete líquido
Sei que existe no Brasil, mas pelo menos quando eu ainda morava lá o consumo do sabonete em barra era bem maior.
No início até trouxe os meus da Natura, mas acho que no primeiro mês já aderi totalmente ao líquido, que hoje considero até mesmo mais higiênico. Atualmente são raros os franceses que utilizam o sabonete em barra, somente os mais velhos que não se acostumaram ao líquido, ou então para "decorar" o banheiro e lavar as mãos, mesmo se volta e meia dizem que o "sabonete ressuscitou".

Até mesmo o tradicional savon de marseille já faz a sua versão líquida!

3. Couette
Aqui se costuma usar um tipo de edredon, mas que é envelopado em uma capa em tecido "de lençol" combinando com as fronhas!

No início achei muito estranho, sentia falta do lençol normal entre o edredon e o corpo e até comprei alguns (que atualmente só uso uma ou duas vezes por ano, no verão, quando faz muito calor), mas também me acostumei. Eh tão prático para arrumar a cama, basta esticar o edredon e fica tudo arrumadinho! Sujou, basta retirar esse "envelope" e lavar.
Desvantagem? Não é nada fácil recolocar o edredon no seu envelope (housse)!!! Uma tarefa para homem, não sei como as meninas solteiras conseguem...

4. Plaques Induction
Nada moderna, eu só conhecia e jurava por fogão à gaz!!! Onde já se viu cozinhar sobre um "fogo" elétrico?
Mesmo se o meu marido insistia muito em equipar a cozinha com uma "placa de cozimento por indução" (não sei o nome em português, não cheguei a conhecer isso quando morava na terrinha, mas sei que agora se vende), foi somente quando liguei para a companhia de gás que o atendente me disse que não valia a pena abrir uma conta somente para o fogão a gás, que era muito ultrapassado e custava mais caro em energia!
Compramos a nossa placa com 4 zonas de cozimento (insisti por isso), uma bem legal que se adapta ao tamanho das panelas. Hoje cozinho de tudo e nunca notei nenhuma desvantagem a um fogão à gás, nem aumento considerável no consumo de eletricidade (mas é verdade que tendo o material adequado a gente acaba cozinhando mais).

5. Frio e Chuva
Quando cheguei na França, ha 6 anos, em pleno outono, a cada vez que chovia ou que estava frio eu não tinha vontade de sair. Até que percebi que se dependesse de calor e bom tempo eu ficaria metade do ano hibernando em casa!
Foi ai que vi que dah para sair, se divertir, passear e mesmo viajar se as condições climaticas não são as melhores!



E você, jah aconteceu de tanto criticar algo e depois acabou aderindo totalmente? 
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