Quando fiz um passeio nos Alpes Franceses em 2013, fiquei com muita vontade de fazer um passeio de trenó puxado por cachorros. Na ociasião não tivemos tempo e nem sabíamos direito onde procurar, teriamos que pesquisar.
O tempo foi passando e esse ano surgiu a oportunidade. Uma vez tudo agendado para ontem há mais de um mês, estava faltando a neve, já que esse ano o inverno não queria dar as caras de jeito nenhum!
Para a minha felicidade, semana passada resolveu esfriar para valer e começou a nevar na região da Lozère, prevista para o meu passeio. A 3h30 de trem de Paris e mais umas 2 horas de carro, a Lozère é a região MENOS povoada da França e possui uma altitude média habitável de 1100 metros. Essencialmente agricola, a região fica no coração do Massivo Central, é cheia de pequenas montanhas (nada tão alto quanto nos Alpes), vales, campos, vilarejos e bosques.
E foi essa paisagem que nos esperava:
E uma grossa camada de neve.
Mas os nossos anfitriões estavam ansiosos nos esperando:
Nosso guia (musher, condutor de cachorros) Mathieu, apaixonado por cachorros e proprietario do dominio e de mais de 20 cachorros para essa atividade, nos apresentou ao grupo composto de huskies siberianos, huskies do Alaska (bem diferente dos huskies que a gente conhece), cachorro esquimó da Groenlândia e mesmo um fino e atlético European Sled Dog, especialista em velocidade.
Apresentações feitas e todas as regras de segurança explicadas, partimos para 2 horas de passeio no meio da floresta coberta de neve, que incluia guiar seu próprio trenó.
No inicio os cachorros saem correndo feito loucos e me deu um certo medo, cabe ao condutor controlar os cães e ir freiando. A inda mais para quem não tem experiência, as curvas podem ser bem perigosas.
Os cães podem atingir entre 20 e 30 km/h se for uma corrida, mas o nosso objetivo não era correr.
Em uma curva bem fechada, os cães com o trenó foram para a esquerda e eu vooei uns 5 metros para a direita, mas como a neve é bem fofinha, não tive nenhum machucado e pude continuar.
A minha sensação (e das 3 pessoas que estavam comigo) o frio intenso, pois com a velocidade a sensação de vento é forte, os pés sobre duas espéces de "patins" vão acumulando neve (e umidade), e como a gente pouco mexe os pés, pernas e mãos, eles vão congelando! Melhor estar bem equipado, ainda mais se for um passeio longo como este.
Em outros momentos os cães têm mais dificuldade, como quando a neve estah muito fofa ou nas subidas, e então temos que dar um impulso como ao andar de patinete. Em nenhum momento os guias se servem da violência para avançar os cachorros.
Fiquei impressionada pois quando o guia gritava "esquerda!" os cães viravam à esquerda, e a mesma coisa para a direita! Fiquei fascinada com tanta inteligência, mesmo se adoro cachorros, sempre convivi com eles e sei do mutio que eles são capazes! Mas os meus não sabiam distinguir esquerda da direita!!!
Apos 2 horas de muita emoção, tranquilidade naquela paisagem branca, longe da cidade, dos carros, da civilização, so tenho a agradecer à esses seres especiais que me deram muitas lambidas e beijos babados:
Uma experiência emocionante e inesquecível!
Registrei um pouco dessa aventura! Esperam que gostem!